quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Edital para Juventude - Prêmio Agente Jovem de Cultura‏

Para conhecimento e divulgação na comunidade.
Público Alvo: jovens de 15 a 29 anos. As inscrições estarão abertas de 15 de dezembro de 2011 a 31 de janeiro de 2012.

Podem concorrer ao prêmio iniciativas existentes e já concluídas nas áreas de comunicação, tecnologia, pesquisa, formação cultural, produção
artística, intercâmbio e sustentabilidade.
Mais informações no Edital anexo. BAIXE AQUI NESTE LINNK

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Tríduo de Natal Jovem 2011 (regional Sul 1)


Tríduo de Natal Jovem 2011

Em
nossa prática cotidiana podemos dizer que agimos movidos, animados por
duas forças complementares, conjugadas: a força da experiência que
empurra, porque só agimos a partir daquilo que experimentamos e a força
da utopia que puxa, porque é preciso que algo ou alguém nos convide, nos
interprete, nos mova e desinstale a caminhar para frente e a modificar
tanto a realidade quanto a nós mesmos. Este alguém é o outro, é o novo, é
a esperança.

Ser
e viver profundamente, com sentido e qualidade humana, exige de nós
cabeça e coração. É coisa para teimosos. Para gente que busca o que é
bom e belo. A espiritualidade nos leva a fazer perguntas e encontrar
novas respostas. Por isso, em cada época, em cada situação, é preciso
redescobrir a espiritualidade. Pois também nossas práticas e nossas
convicções sofrem mudanças, interrogações, crises cotidianas.

A
espiritualidade é também uma caminhada, na qual vamos fazendo uma
experiência de Deus, através do contato íntimo com Ele, na oração, na
experiência de fraternidade, na solidariedade com os mais sofridos,
através do compromisso de transformação na sociedade. Isto só pode
acontecer se tivermos alguns mecanismos essenciais que alimentem a nossa
vida de fé tais como: um trabalho na comunidade eclesial ou um grupo de
base na qual possamos fazer, ocasionalmente, a partilha de vida. O
importante é que alimentemos a nossa vida de fé, para que ela não seque
como a grama sem orvalho.

Este
Tríduo de Natal vem nos ajudar a enxergar a espiritualidade no sentido
de nascimento e vida, onde a humanidade acolhe o Cristo, reveste-se de
simplicidade à luz de uma família de periferia e inspira-nos a vivência
de valores: acolhida,confiança e simplicidade.
Que o percurso até Belém, ao encontro com o Menino Jesus, seja cultivado e se transforme em atitudes em nossa realidade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MAPA DA VIOLÊNCIA 2012 - OS NOVOS PADRÕES DA VIOLÊNCIA HOMICIDA NO BRASIL‏

Gente querida, segue para nossa consulta e estudo!


MAPA DA VIOLÊNCIA 2012 - OS NOVOS PADRÕES DA VIOLÊNCIA HOMICIDA NO BRASIL

http://www.sangari.com/mapadaviolencia/

Participe do encerramento do 10ºENPJ!

Participe do encerramento do 10ºENPJ!


O 10º ENPJ está batendo na porta e a contagem regressiva está chegando ao fim. Equipes de trabalho, delegados, assessores e convidados estão se organizando para fazer de Maringá a morada da juventude de todo o Brasil entre os dias 8 e 15 de janeiro de 2012.



Buscando envolver cada vez mais os/as jovens, a Pastoral da Juventude convida todos os/as para participar das atividades de encerramento do 10° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude no dia 14 de janeiro (sábado).

A celebração terá início às 15h00, na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe - (Av. Carlos Borges, 1005 - Jd. Itália) e após, os ônibus seguem para a Praça da Prefeitura onde acontecerá a Marcha Contra a Violência e Extermínio de Jovens. Venham com suas camisetas, bandeiras e vamos juntos gritar “Basta de Violência!”. E ainda haverá depois da marcha o show de encerramento. Chame seus amigos e amigas, organizem os grupos, formem suas caravanas e faça parte do 10ENPJ que será 10!

Mais informações:
Claudinei Lima: 44 9909-0913
Coordenador da Pastoral da Juventude no Regional Sul 2 (Paraná)


Equipe de Comunicação


http://www.pj.org.br/enpj/imprensa/noticias/30-participe-do-encerramento-do-10oenpj.html

PJ na Conferência de Juventude‏

PJ na Conferência de Juventude

Pastoral da Juventude ajuda a construir Políticas Públicas de Juventude, no Brasil
PJoteiros de todas as regiões do Brasil participarão da etapa nacional da
2ª Conferência Nacional de Juventude, no mês de dezembro, em Brasília
A etapa nacional da 2ª Conferência Nacional de Juventude, que acontece entre os dias 9 a 12 de dezembro de 2011 em Brasília/DF, vai reunir milhares de jovens de todo o país para o debate e formulação sobre os direitos e as políticas públicas de juventude.
Cerca de 2500 jovens dos mais diversos movimentos e organizações juvenis participarão do encontro que tem como tema 'Juventude, Desenvolvimento e Efetivação de Direitos', e irá discutir temas como democracia, participação e desenvolvimento nacional, marcos legais e a articulação e integração das políticas públicas de juventude.
A Pastoral da Juventude (PJ), única representante da Igreja Católica no Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE) e na Comissão Organizadora da Conferência, estará presente na etapa nacional, com uma das maiores delegações, e se comprometeu desde o início com o processo da conferência, ajudando na realização das etapas livres, virtual e eletivas em diversos estados e municípios.
Em Santa Catarina, a jovem Joseanair Hermes, integrante da Comissão Organizadora da Conferência Estadual (COE) pela PJ, destaca o papel importante que a organização teve no processo: “Em Santa Catarina, compomos, PJ, a COE e fomos decisivos nos debates em todas as etapas: municipais, regionais e na estadual, onde estávamos com a maior delegação. Éramos 70 jovens nos propondo a construir uma política de qualidade, para o desenvolvimento pessoal, social e produtivo da juventude”. A PJ no estado elegeu 12 delegados para a etapa nacional.
A PJ, em conjunto com a Pastoral da Juventude Rural, Pastoral da Juventude Estudantil e Pastoral da Juventude do Meio Popular há anos reflete e debate em seus grupos de jovens e atividades, como o Dia Nacional da Juventude (DNJ), a temática das Políticas Públicas de Juventude no Brasil. Uma caminhada consolidada por muita discussão das PPJ's e defesa da vida da juventude, como a luta contra a redução da maioridade penal. Em 2008, as PJs lançaram a “Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens” para ecoar mais uma vez o direito da juventude viver. A Campanha, que se estende até os dias de hoje, denuncia as milhares de vida perdidas em decorrência da violência.
O padre Wander Torres da Costa, da Diocese de Mariana/MG, e integrante da Comissão Nacional de Assessores da PJ, aponta a política como um caminho privilegiado para o serviço da justiça, uma forma sublime da caridade. Além disso, assinala a efetiva participação de várias lideranças da PJ no processo de construção da 2ª Conferência Nacional de Juventude, “na PJ se aprende que a construção do bem comum e a luta por uma sociedade justa e respeitosa das diferenças são valores fundamentais do Evangelho e da vida humana”, declara.
Alex Piero, Conselheiro Nacional de Juventude e Membro da Comissão Organizadora Nacional da Conferência Nacional, afirma que “a participação e mobilização da PJ no processo da conferêrncia fez diferença para o debate das PPJs em todas as etapas da conferência. O ganho da contribuição da PJ nesse processo não é somente para o conjunto das PPJs, mas também para PJ e principalmente para a juventude”.
Destacamos ainda que a defesa e a construção de políticas públicas para a juventude que defendam e consolidem os direitos da juventude é uma ação concreta da PJ no seguimento a Jesus e na construção do Reino de Deus e está em sintonia com a Igreja do Brasil e seus documentos. A grande motivação da PJ na colaboração com o processo da Conferência de Juventude e das PPJs é a vida da juventude. E é essa bandeira que a PJ levantará na etapa nacional da 2ª Conferência Nacional de Juventude e nos desdobramentos posteriores a este processo.
Para saber a respeito da participação da PJ na Conferência Nacional de Juventude, acesse: conjuve.pj.org.br.
Autor/Fonte: Grupo de trabalho \"A juventude quer viver\"

O Papel da Bíblia nos Grupos de Base‏

O Papel da Bíblia nos Grupos de Base


O texto abaixo foi escrito, originalmente, para o blog do meu amigo Rogério de Oliveira. Seu site tem sido de grande valia para a PJ (Pastoral da Juventude – ICAR). Amigo Rogério, estou (re)disponibilizando este material porque, a meu ver, dialoga com a sua recente postagem: PJ não reza. Falamos em PJ porque é o chão comum a mim e ao Rogério, mas tenho certeza de que grupos de base de outras denominações poderão aproveitar estas reflexões. Vamos a elas?



LER PRA QUÊ?



De tudo o que passarei a discorrer agora, guarde principalmente isto: ler a Bíblia é comprometer-se. Não é que as outras coisas não tenham importância, mas tenho pressa de chegar ao que realmente interessa. Além disso, é como diz aquela canção sobre o profeta: “Tenho que gritar! Ai de mim, se não o faço!”



Irrita-me o falso zelo pela Bíblia. Dizem por aí que ela é a Palavra de Deus, que devemos reverenciá-la, que nela se encerra toda a Verdade etc. Mas o que vejo em nossos grupos é a sua leitura, muitas vezes, servindo apenas para iniciar as reuniões. Pensa-se garantir, assim, um momento de espiritualidade para introduzir os temas que “realmente interessam”. Em vez de colocá-la no centro das reflexões, servindo como um norte, um guia, fazem dela um “aperitivo a ser servido antes do prato principal”. Ignora-se, com isso, seu verdadeiro papel: iluminar as situações do dia-a-dia, especialmente aquelas onde a vida do povo encontra-se oprimida.



Ler a Bíblia deve transformar-nos. Caso contrário, não estamos lendo a Palavra de Deus. Claro, para que isso aconteça, muito depende da nossa abertura ao texto. Se nossa atitude não é de escuta, nada assimilaremos do que está diante de nossos olhos. Mas vejamos o que diz o profeta Isaías: “A palavra que sai de minha boca não volta para mim sem efeito, sem ter realizado o que eu quero e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual eu a mandei” (Is 55,11). A verdadeira Palavra de Deus incomoda, inquieta, desinstala, faz pensar e faz agir.



Esse incômodo, esse compromisso não é com qualquer causa. Segundo Jesus:“nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino do Céu” (Mt 7,21a). É comum que, para abafar o chamado de Javé, alguns trechos das Escrituras sejam relativizados. Assim acontece com afirmações categóricas de Jesus como: “Vá, venda tudo o que tem, dê o dinheiro aos pobres, depois venha e me siga” (Mt 19,21). Alguns dizem que, aqui, Jesus refere-se às riqueza e pobreza espirituais. Dentro dessa lógica, qual a explicação para “dê o dinheiro aos pobres”? Alguém me disse, certa feita: “Se te chamam para falar a um grupo de banqueiros, vai... é tua missão! Se te chamam uma segunda vez... repense a missão!” O Cristo diz de outra forma: “Onde estiver teu tesouro, aí estará o teu coração” (Mt 6,21). O Reino é promessa de vida abundante para todas e para todos (Jo 10,10). Logo, o compromisso do Evangelho é com aquelas e aqueles que ainda não têm vida em plenitude, ou seja, os pobres.



Nos tempos bíblicos, os pobres eram representados por alguns grupos: leprosos, viúvas, órfãos, estrangeiros etc. A maior parte dos profetas diz que o louvor agradável a Javé é defender a causa desses grupos (veja, por ex., Is 1,10-11.17). Em Naim, Jesus vê uma viúva ficar “órfã” do filho. Naqueles tempos, ser mulher não era muito fácil. Sem um marido, então... Agora, imaginem uma viúva sem filhos homens para ampará-la. Compadecido pela situação, Jesus restitui a vida ao rapaz (Lc 7,11-17). Só isso já é suficiente para percebermos que nosso Deus toma partido, isto é, mesmo amando a todas e a todos, indiscriminadamente, Ele fica do lado dos que mais sofrem, como que a denunciar: “Olha, pessoal... Essas irmãs e irmãos aqui precisam de um pouquinho mais de dignidade.”



Os fatos são evidentes. Entretanto, há grupos exímios em distorcer os textos bíblicos. Por exemplo, em relação à Cruz! Para eles, qualquer sofrimento é um Calvário. Com isso, alegam estar seguindo a Cristo. “Esquecem” (muito convenientemente) os motivos que O levaram à crucifixão. Basta qualquer atrito, seja por um cargo ou função dentro do grupo ou comunidade, seja pelo “horário nobre” da missa (isto é, o horário onde a missa é mais frequentada), seja por causa da organização do bingo ou quermesse paroquial, e pronto: “Esta é a minha provação; estou sendo perseguida/o, assim como Jesus”. Alguns até batem no peito e citam as Escrituras de cor: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38). Mas Jesus não morreu por um cargo na Igreja. Ele foi assassinado! E o motivo da barbárie é muito simples: alguém não gostou que o Messias defendesse a vida do povo.



Os pseudos-cristãos, isto é, aqueles que não se comprometem com nada nem ninguém, a não ser consigo mesmos, estão em toda parte. Ministrei, já faz um bom tempo, um curso de liderança. Lá pelas tantas, o grupo deveria responder a duas perguntas: 1) “Qual a maior dificuldade do seu bairro, grupo ou comunidade?”; 2) “Indique com gestos concretos como solucionar este problema?”.As respostas foram as seguintes: 1) “Problema: esgoto a céu aberto”; 2) “Solução: fazer uma tarde de louvor”. Mais recentemente, trabalhando o mesmo curso, alguém me disse: “Não quero discutir a situação dos carroceiros; quero discutir o meu grupo”. Fica evidente que alguns grupos usam o espaço da Igreja para auto-promoção. Dizem ser fiéis a Jesus, mas estão preocupados única e exclusivamente com a própria “salvação”.



O Messias também teve que enfrentar o “corpo mole” de alguns grupos para os quais falava. Mas Ele não entrava no jogo. Sua reação era enérgica: “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada. De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. Quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 10,34-39). Diante disso, como afirmar-se cristão e manter-se, ainda, alheio aos problemas à nossa volta?



O Evangelho diz: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem” (Lc 3,11). Ele não diz “olhe primeiro se o ‘vagabundo’ merece a túnica”, nem “fique com a melhor e dê a rasgada pra ele”, nem “dê aquela que está sobrando”. O ensinamento é simples e radical: partilhe. Por que, então, tanta resistência em ajudar (aliás... ajudar não: restituir a dignidade!) aos mais necessitados?



Que a Bíblia tome seu verdadeiro espaço em nossos grupos. Que nossas ações sejam pautadas pelos ensinamentos de Jesus. Que a nossa prática seja sempre inclusiva. E, por fim, que a partir da Bíblia busquemos incessantemente promover/defender a vida, principalmente onde ela é mais ferida, pois é isso que Cristo quer de nós. Amém!!!

Possato Jr

Endireitai o caminho do senhor! (3º Domingo do Advento) - Claudete Beise Ulrich‏

Bom fim de semana
Aguardamos sua presença no dia 16 de dezembro na curia diocesana

Vigília de Advento - Em defesa e libertação da Vida dos povos indígenas do MS.
19:30 hs






Endireitai o caminho do senhor! (3ºDomingo do Advento) - Claudete Beise Ulrich
Quarta-feira, 7 de dezembro de 2011 - 22h12min
Neste terceiro domingo do Advento, refletimos sobre João Batista, simbolizado pela 3ª vela da coroa de Advento, aquele que preparou o caminho para Jesus. João Batista denuncia as injustiças do seu tempo, e aponta para aquele que é a luz. É interessante perceber que sempre refletimos sobre João Batista, este importante personagem bíblico, nos "meios tempos", isto é, no meio do ano, na festa de São João (24 de junho) e agora antes do Natal. A vida e a história de João Batista nos acompanham ao longo do ano, lembrando-nos da importância da humildade, de ter a coragem de dizer "Não" e do testemunho da verdade!
É interessante observar que, já no prólogo do Evangelho de João, em 1,6-8 ele é mencionado, e na continuidade, encontramos todo um texto dedicado a ele (João 1,19-34). Em nossa reflexão, vamos privilegiar o texto de João 1,6-8,19-28.
João Batista - testemunha da luz (João 1,6-8)
No Evangelho de João, João Batista é identificado como a primeira testemunha da luz. "Ele veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele". O que significa ser testemunha da luz? João Batista vem na frente para testemunhar a luz. A luz ilumina! Ela traz a verdade à tona. A luz não quer esconder nada! Como é triste uma vida sem luz! Na verdade, a vida não existe sem luz! Vida e luz estão interligadas! Portanto, João é portador do anúncio de uma vida boa, justa, abundante. Ele anuncia esta vida. João é testemunha. Testemunha é alguém portador de uma verdade. Alguém que presenciou um fato! É interessante que o Evangelho de Lucas conta que quando as mães grávidas Maria e Isabel se encontraram, a criança no ventre de Isabel se mexeu de alegria. Já ali o bebê João Batista dá testemunho de alegria da criança que está no ventre de Maria. Esta comunicação das barrigas grávidas de Maria e Isabel, guardada no registro do Evangelho de Lucas 1,39-45, já nos fala desta testemunha da luz! Ser testemunha é partilhar da alegria da luz! A luz só tem sentido se ela é partilhada! João Batista anuncia para toda a gente a chegada da luz. Ele chamou a todos e todas a crerem na luz da vida! O Evangelho de João também afirma: "Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz". João Batista não era a luz. Ele veio para ser testemunha da luz.
"Eu não sou..." (João 1,19-21)
O texto inicia, apontando novamente para a importância do testemunho de João: "Este foi o testemunho de João quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu?". (João 1,19) Para o evangelista, é muito importante a ênfase no testemunho.
O que significa ser testemunha? "Testemunhar é a missão divina de João Batista. (...) Para a teologia do Evangelho de João, o tema do testemunho de Cristo é muito importante" (cf. João 5,31ss, 8,14). (...) A verdade da encarnação de que Jesus é o Filho de Deus precisa ser testemunhada por outros. O testemunho tem a função de uma prova de verdade.[1]
A missão da comitiva de sacerdotes e levitas, vinda de Jerusalém, é interrogar João: "Quem és tu?" Este fato revela que João tinha um grupo de seguidores e era um personagem popular em seu tempo.
O evangelista apresenta, portanto, a resposta de João como uma confissão: "ele confessou e não negou, confessou: Eu não sou o Cristo" (João 1,20). Confessar que não é o Cristo significa confessar que não é o Messias. Os interrogadores continuam: "Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não" (João 1,21). A resposta de João é firme: "Não sou!" Ter a coragem de dizer Não é ter a certeza da verdade, do Sim!
"Declara-nos quem és?" (João 1,22ss)
A comitiva dos interrogadores vindos de Jerusalém não se conforma. "Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo?" E João então respondeu: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías" (João 1,23). João faz referência ao profeta Isaías, no entanto, é importante observar que a citação não é igual a do livro do profeta. Em Isaías 40,3 encontramos o seguinte: "Eis a voz do que clama: preparai no deserto o caminho do Senhor; endireitai no ermo uma estrada para o nosso Deus". Isaías é o grande profeta da esperança messiânica.
Provavelmente, a citação de João não é uma citação direta do profeta Isaías. Mas, é interessante observar que João responde, dizendo: "Eu sou a voz que clama no deserto". João é a voz que clama no deserto. Nos desertos da vida, João não tem medo, ele clama e convoca: "Endireitai o caminho do Senhor..." Isto significa que o caminho do Senhor estava com problemas. Isto é, a forma de vida que Deus queria para o seu povo, não estava sendo respeitada. É necessário endireitar O caminho, para que a Luz possa brilhar para toda a gente.
Portanto, João é identificado como aquele que prepara o caminho. Isto significa que o ministério de João Batista fundamenta-se na tradição, e a partir da Escritura (Isaías 40,3). Assim, confirma-se o que João já tinha confessado: ele não é o Messias, e sua missão é preparar o caminho do Messias. Percebe-se aqui um confronto entre um grupo que afirma ser João o Messias e a comunidade do Evangelho de João que afirma que João Batista era somente aquele que veio preparar o caminho, isto é, testemunhar da luz. Ele é o anunciador, a voz que clama no deserto!
De acordo com Schneider-Harpprecht:
João é como Dêutero-Isaías e Moisés, um dos líderes religiosos que abre espaço para a futura salvação. A sua voz no deserto, o seu grito anuncia o novo êxodo do povo de Deus, a nova vida no país prometido, o reino de Deus. O grito da voz no deserto é radical, o grito por justiça social e pessoal, arrependimento, uma prática renovada, como a tradição sinótica mostra mais do que o Evangelho de João.[2]
Sim, João aponta com firmeza para o novo. Ele é a voz que clama no deserto, que não cala, apesar do deserto! Provavelmente, a realidade do deserto faz clamar e apontar para a necessidade de endireitar o caminho do Senhor.
Então, porque batizas (João 1,25-28)
O interrogatório, no entanto, continua. "Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. E perguntaram-lhe: Então, por que batizas se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está a quem vós não conheceis, o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias".
João encontra-se no processo de transição do velho para o novo. Ele aponta para o novo, a partir do clamor no deserto.[3] Ele batiza com água por que a sua missão é apontar para o Cristo encarnado (o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias). João mostra toda a sua humildade em seu testemunho. Ele não é um fim em si mesmo. Ele aponta para a Luz verdadeira. Tudo nele indica Cristo. Por isto, não hesita em dizer que não é o Messias, que não é Elias e tampouco se considera um profeta. O testemunho de João Batista é um Sim radical para a verdadeira luz (João 1,9). Ao aceitar ser menor e ter que diminuir, tal como lemos no Evangelho de João 3,30: "Convém que ele cresça e que eu diminua", João Batista torna-se a testemunha por excelência da verdadeira Luz.
Em nenhum momento do interrogatório, João Batista procura se igualar ao Messias. Sempre de novo mostra a sua humildade. Ele é uma testemunha fundamental na história da salvação. Jesus Cristo deve ocupar o centro da vida das pessoas. Somente nele deve-se depositar toda a confiança e segurança!
Importância hoje de ser voz que clama no deserto
João Batista, sem dúvida, com sua coragem e testemunho de dizer "Eu não o sou", nos encoraja, neste tempo de Advento, de preparação e vigilância, para não nos conformarmos com o sistema neoliberal, no qual vivemos. Como é importante dizer"não" ao consumismo, a preparação que nos é oferecida pelo mercado, onde as mercadorias desejam nos deixar satisfeitas/os e com a sensação de que tudo vai bem ao nosso redor. O símbolo da coroa de Advento, como já foi mencionado, nasceu na periferia da história, de um trabalho pastoral diacônico junto às crianças e a jovens órfãos. Qual é o símbolo que nos acompanha neste tempo de Advento, em 2011? Que vozes clamam no deserto e nos convidam a endireitar o caminho do Senhor? No Brasil, a desigualdade social, continua a reinar. Continuamos a ser, apesar das tantas riquezas, um dos países mais desiguais do mundo. Como temos clamado contra a desigualdade? O que tem nos motivado a dizer profeticamente "não"? Experimentamos uma sociedade desigual, que exclui e mata os pobres. Lembro do recente assassinato do cacique Nísio Gomes e o desaparecimento de outros quatro indígenas do povo Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Neste tempo de Advento, seu grito por justiça ecoa forte entre nós!
Não se pode emudecer o grito, o clamor no deserto por justiça e pelo direito de viver, do povo de Deus. O grito, o clamor no deserto, a partir de Cristo, torna-se testemunho: a luz verdadeira quer brilhar e transformar o deserto da vida. Por isso, tempo de Advento é um novo tempo, uma nova oportunidade também para descobrirmos e buscarmos sinais de transformação na vida pessoal, familiar, comunitária e em nosso engajamento social. Onde percebemos sinais de transformação na Igreja, na sua missão e atuação diacônica, nos movimentos sociais do nosso povo, e em nós mesmos, pessoas, batizadas e amadas por Deus?
Que tenhamos a coragem e a humildade de testemunharmos, de sermos voz que clama no deserto, aceitando-nos como pessoas fracas, limitadas, pecadoras, humanas, mas, ao mesmo tempo, com um grande valor, justas e amadas por Deus. Que o Advento, a partir do testemunho de João Batista, tenha um sabor de que a busca pela vida plena e justa é o que realmente importa. Que consigamos testemunhar e colocar sinais da vida plena, da verdadeira luz, que é Cristo, em nosso mundo! Que a nossa voz e a das pessoas sofridas e oprimidas não se cale, mas que a voz que clama no deserto transforme-se, a partir da criança nascida no Natal, em testemunho de luta por vida em abundância!
A coroa de Advento
Neste terceiro domingo, como sinal de preparação e vigilância, acendemos a terceira vela da coroa de Advento. O Advento significa chegada já presente do filho Deus. Nós somos comunidade a caminho. Vivemos no "meio tempo", "no já e ainda não"! Nós vivemos historicamente entre o Advento que já se realizou e o Advento definitivo que ainda se realizará com a vinda definitiva de Jesus Cristo. Como afirma o poeta: "O caminho se faz ao caminhar".
A comunidade cristã, ao longo de sua história, encontrou um jeito muito bonito e criativo de preparar esta chegada-presença do nosso Deus, que se fez carne entre nós, na criança que nasceu em Belém. Famílias e comunidades cristãs confeccionam para este período, a coroa de Advento. Esta tradição tem origem no trabalho diacônico, com crianças e jovens órfãos. A coroa de Advento foi confeccionada em 1833, em Hamburgo-Alemanha, pelo pastor luterano Johann Hinrich Wichern. Primeiramente, ela tinha 24 velas em ordem crescente e para cada domingo que antecedia o Natal, uma vela maior. Nas comunidades católicas, a coroa de Advento, foi introduzida após a segunda guerra mundial. Os elementos da coroa de Advento têm o seu significado: A coroa simboliza a eternidade, a terra, o sol, Deus. As velas significam a Luz, que no Natal é presenteado, em Cristo, para a humanidade. Em cada domingo, acendemos uma vela da coroa de Advento, que lembram histórias e personagens bíblicos: 1. Domingo de Advento - Entrada de Jesus em Jerusalém, 2. Domingo de Advento - Volta de Cristo, 3. Domingo de Advento - João Batista - precursor de Cristo, 4. Domingo de Advento - Maria - mãe de Jesus.[4]
(Claudete é colaboradora do CEBI. Pastora da IECLB em intercâmbio com a Igreja Evangélica da Alemanha, trabalhando na Igreja Territorial de Hannover).



[1] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João 1.16-8, 19-28. Proclamar Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo: Sinodal, 1993. p. 23.
[2] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João 1.16-8, 19-28. Proclamar Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo: Sinodal, 1993. p. 24.
[3] Veja interessante reflexão de SCHNEIDER-HARPPRECHT, Christoph. 3° Domingo de Advento: João 1.16-8, 19-28. Proclamar Libertação XIX, coord. Edson Edilio Streck e Nelson Kilpp, São Leopoldo: Sinodal, 1993. p. 22-26.
[4] HANNEMANN, Holger. EKD Flyer zum Advent ap. Die Stimme, Zeitschrift der Evangelisch Gemeinden Muhlenberg-Ricklingen, N. 12/1, Dezember 2011/Januar 2012, p. 4.

MANIFESTO - CARTA CRB NÚCLEO DE DOURADOS-MS‏

Estamos repassando uma Carta Aberta dos Religiosos do Núcleo de Dourados onde manifestam repúdio ao assassinato do líder indígena Nisio Gomes e, também, cobram justiça, direito e segurança aos povos indígenas frente a toda represália, violência e genocídio que vem ocorrendo no MS.
Proteste agora! Dia basta e repasse.


Visite nosso site: www.crbms.com.br
CRB REGIONAL DE CAMPO GRANDE - MS

Fone/fax: 67 3321-2115

Natal, um Natal outro - Pedro Casaldáliga

Natal, um Natal outro - Pedro Casaldáliga

                       por Felicitação Natal 2011 e Ano Novo 2012 - 
Pedro Casaldáliga


Natal, um Natal outro:
para descobrir, acolher e anunciar
o Deus-conosco, hoje, aqui;
segundo Mateus, capítulo 25.
Quem se entende com os pobres
pode-se entender com Deus.
Somente assim, feito criança,
feito Deus vindo a menos,
poderíamos te encontrar,
diariamente nosso,
entre Belém e a Páscoa,
Jesus, o de Nazaré.
Ano Novo, Tempo Novo,
alternativo
na Política, na Economia, na Religião.
Contra os grandes projetos de morte,
o grande projeto da Vida.
Contra o consumismo depredador
entre as armas e agrotóxicos,
consumamos indignação
com ternura e militância
Vivamos em Sumak Kawsay.
Terra e Paz para o Povo Palestino,
para o Povo Kaiowá Guarani,
para todos os povos indígenas e quilombolas,
para todas as migrações do mundo,
para o bilhão de gente humana
condenada à fome.
Apesar de todas as crises,
se podemos balouçar a Deus
entre os braços de Maria e José,
não há motivo para ter medo.
Deus está ao alcance
da nossa Esperança.
Pedro Casaldáliga

Mulheres do início do século 21

Mulheres do início do século 21

A primeira ideia, quando pensamos em mulheres neste início de século, é a da mulher urbana, trabalhadora, realizada e feliz porque se viu livre do domínio machista que a condenava à inferioridade. Não podemos ser ingênuas acreditando existir um tipo “ideal” de mulher, como se ele representasse todas as mulheres, de idades variadas, com os diversos problemas que enfrentam e com todos os desafios que as fazem lutar.

Há mulheres que se fizeram autônomas por terem renda própria e por se desvencilharem de tabus, armadilhas e preconceitos. São as que galgaram altos cargos, assumindo as mesmas profissões antes reservadas aos homens. Por isso são as que melhor representam, ideologicamente, a emancipação feminina. Mas essas são algumas mulheres urbanas e não podemos nos esquecer de outras tantas mulheres. Essas que ainda vivem sob o jugo dos pais, dos maridos (basta ver as situações de violência doméstica), ou dos patrões nessa sociedade com resquícios patriarcais e da exploração capitalista desmedida.

Penso nas mulheres que, mesmo tendo conquistado a emancipação frente ao machismo, estão sobrecarregadas com o ônus da própria emancipação, como a dupla ou até a tripla jornada de trabalho, com o sofrimento das doenças antes quase exclusivas do mundo masculino, com o fardo do provimento da prole, pelo simples fato de poderem agora romper com as relações afetivas falidas.
Autonomia, a que custo?

No final do século 20, um número expressivo de mulheres entrou no mercado de trabalho, chegando mesmo a ser em número maior do que os homens em determinados setores. A economia capitalista, baseada no estímulo e na criação de novas necessidades, contribuiu para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, vindo a ser uma fonte suplementar de rendimentos, necessária para a realização dos sonhos da sociedade de consumo. A ideologia hegemônica forjou o reconhecimento social do trabalho feminino atrelado a ideias como o direito a uma vida autônoma e à independência econômica.

Os próprios homens tiveram de reconhecer a legitimidade do trabalho assalariado feminino, a despeito de muitas vezes ser cristalino que nem mesmo sob o aspecto econômico é compensatório, para as famílias e para a sociedade, o sacrifício da venda de toda a força de trabalho de cada família no mercado. Quando ambos os cônjuges estão fora do lar, e por muitas horas de trabalho nas empresas, há irremediavelmente uma perda na qualidade de vida dos pais e dos filhos, que acabam sendo expostos à vulnerabilidade de uma sociedade que não tem mais tempo para os laços comunitários, momentos de espiritualidade, de intimidade familiar e de luta social. Os maiores problemas estão nos territórios de baixa renda, por não disporem de creches, escolas e serviços necessários para compensar a falta da atenção materna e paterna no lar.
Reverência às mulheres

Por que muitas mulheres ainda estão longe das conquistas da emancipação feminina? Vivemos em uma sociedade que tem como fundamento a competição. Assim, a primeira preocupação não é um lugar para cada um(a) na sociedade. O discurso hegemônico faz acreditar que todos podem se dar bem, desde que lutem isoladamente por isso. Cada um tenta de todas as formas conquistar um lugar melhor, tornando-se um ser que consome mais. Desse modo, o nosso agir em sociedade, mesmo aparentemente emancipado, tem contribuído para o aumento das intervenções irresponsáveis no meio ambiente e para a destruição da cultura das comunidades tradicionais.

Apesar de não terem as mulheres conseguido efetivamente se emancipar neste sistema mundo, são elas as protagonistas de uma nova sociedade. No mundo inteiro, nos chamados movimentos antissistêmicos, são as mulheres as que constroem na luta os caminhos contra toda forma de opressão. Para essas mulheres faço reverência, reconhecendo que sem elas correríamos o risco de perder a esperança de vida melhor para todas as nossas crianças.

Por tudo isso, parafraseando Drummond, digo que olho as minhas companheiras mulheres e vejo que estão muito taciturnas, mas nutrem grandes esperanças. Também como Drummond, não serei a cantora de uma mulher, de uma história. Proponho na diversidade a construção de uma sociedade em que vivam mulheres, de todas as idades, de todos os lugares, de todas as culturas, fazendo um outro mundo possível, onde o poder seja somente o do cuidado, na e da perspectiva feminina. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas em mais um oito de março, o de 2011!
Atividade
A luta das mulheres

Em grupos e ao ar livre, representar a história de luta das mulheres e suas atuais formas de opressão; como isso afeta a nossa vida e como mulheres e homens podem se ajudar. Depois, ao som da música Maria, Maria, de Milton Nascimento, unir as mãos. Em um grande círculo, podese dançar e celebrar a solidariedade nesta luta.

Delze dos Santos Laureano,
advogada e professora universitária, Integrante da Rede Nacional de Advogados Populares (RENAP), Belo Horizonte, MG.
Endereço eletrônico: delzesantos@hotmail.com

Texto publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 413, fevereiro de 2011, página 16.

O que esperar de adolescentes e jovens?

O que esperar de adolescentes e jovens?

Cada idade tem sua sabedoria. Aprendemos a valorizar os idosos, por exemplo, porque nos fazem viva a memória de nosso passado, com os valores vividos e que nos servem de referência. A juventude também tem a sua sabedoria. Um exemplo é a facilidade que os jovens têm para lidar com os novos meios eletrônicos, com as novas tecnologias.

O próprio Papa Paulo VI já dizia, em 1971, que devemos ouvir a sabedoria dos jovens: “é conveniente até que certos jovens sejam mestres e educadores dos seus companheiros. A sua idade permite-lhes assimilar novos tipos de cultura e comunicá-la aos da sua geração”. Neste sentido, a sabedoria dos jovens corresponde a uma utopia que nos faz olhar para o futuro, a uma projeção do que desejamos. É preciso olhar com cuidado para a juventude. Nela, a realidade social e os dramas da condição humana estão presentes de forma mais intensa. É a ponta do iceberg. Como diz a socióloga Marília Spósito, “o modo como uma sociedade olha a juventude é uma metáfora do modo como ela olha para si mesma”.
Que geração é essa?

É fato que mudou muito o jeito de ser adolescente de algumas décadas para cá. Na verdade, mudou porque o mundo mudou e mudamos todos nós. São mudanças que trazem perdas e conquistas. Se, por um lado, ganhamos em liberdade e pragmatismo, por outro, perdemos em idealismo e encantamento. Uma das características desta geração (anos 2000), fruto da revolução tecnológica, é o desejo de fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora: estudar, ouvir música, vasculhar a internet. Também conhecida como geração Z - de zapear -, esta geração é formada por nativos digitais, que já nasceram num mundo marcado pela internet. Não imaginam a vida sem computador, chats, redes de relacionamento, ipods ou telefones celulares.

Sempre conectados, em geral são mais informados e com interesse por diversos assuntos. São capazes de conectar-se com uma vasta rede, mas sem profundidade. A velocidade é tão grande que refletem pouco sobre as informações, não avaliam nem interpretam e sentem muita dificuldade em definir prioridades. É uma geração ansiosa, porque está exposta a um excesso de informação, pelo qual a concentração e a reflexão se tornaram capacidades raras.
Aprendendo com eles

Se for necessário recuperar um programa no computador, basta chamar o adolescente mais próximo. São eles também os consultores da família na hora de adquirir um novo aparelho eletrônico. Nós, adultos, devemos aprender com os adolescentes e jovens a abrir janelas sem ter vergonha de aprender com eles. Os jovens estão mais abertos ao futuro. Aprender com os jovens que ser multimídia e ficar conectado a inúmeros aparelhos permite trocar conhecimentos com mais pessoas simultaneamente e receber informações amplas sobre o mundo. Não podemos querer voltar atrás e achar que os jovens vão abrir mão desses prazeres e facilidades.

Mas aprender também com a pergunta: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que nos garante uma vida mais longa, ou a liberdade da máxima intensidade e variedade de experiências? Melhor viver a mil, em menos tempo, ou viver com moderação, em mais tempo? Melhor ficar acordado até tarde pelo prazer da companhia ou voltar cedo para casa, já que, no outro dia, os compromissos nos esperam? O prazer ou a vida? Para os jovens, para quem a morte parece muito distante, parece não haver dúvida de que é preciso viver intensamente o momento presente, pois “o tempo não para”. Este é um questionamento que nos desafia a, novamente, perguntar: será que temos outras razões, que não seja apenas a decisão de durar um pouco mais, a fazer que nos privemos dos prazeres da vida? Qual é o critério do bem ou do mal quando a paixão de viver é tão grande que ameaça nossa própria vida?

O mais importante é que as gerações se encontrem. A juventude é muito veloz e capaz, mas não lida bem com perdas e frustrações. A família é o lugar onde os filhos são preparados para crescer e tornarem-se independentes. O adolescente necessita conquistar seu espaço no mundo adulto, fazendo suas próprias escolhas. Porém são poucos os jovens em condições de vislumbrar alternativas para o seu projeto de vida, poder escolher e realizá-lo. Em gestos e manifestações, mesmo naquelas mais arriscadas, os jovens estão dizendo: “é a vida que amamos e buscamos”.

A nossa esperança no futuro depende da resposta que daremos à seguinte questão: o que fazer juntos para que possamos viver mais e melhor? Ou seja, é preciso uma ética da cooperação e da solidariedade, superando o individualismo e a competição, muito presentes em nossas ações.
Questões para Debate

1 - Por que é importante, para uma geração, aprender com outra geração?
2 - Que contribuição os adolescentes e os jovens dão para a sociedade atual?
3 - Quais são os limites e os desafios para a geração atual de adolescentes e jovens?

Rui Antônio de Souza,
da equipe do Jornal Mundo Jovem.
Endereço eletrônico: ruisouza@mundojovem.pucrs.br

Texto publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 411, outubro de 2010, página 10.

DNJ 2011 - Novos paradigmas na religiosidade juvenil



Novos paradigmas na religiosidade juvenil

     Antes de tudo, precisamos perceber que a religiosidade juvenil tem mudado frequentemente. Diante disso, partimos, aqui, de uma visão ampla da religiosidade que permeia o mundo juvenil, que contribui para sua transcendência. Destacamos a importância da religião na vida do jovem, o cultivo de sua religiosidade e a sua relação com o sagrado.

     A fase juvenil é a que mais sente o impacto das mudanças atuais, pois o jovem está em constante transformação e em busca de querer ser o melhor em tudo que faz e, consequentemente, a sociedade lucra com isto. Ao contrário, as peças publicitárias dirigidas à juventude, em suma, colocam o jovem como um mero observador e consumidor de tudo. Temos um jovem que une a sensação de triunfo da modernidade avançada e o desejo de fruição da vida. Como afirma o padre jesuíta João Batista Libânio, o jovem “vê o mundo como um gigante video-game colorido. Está sempre a jogar e ansioso por ganhar. Não sabe perder. Nasceu para triunfar”.
Formas de religiosidade

     Percebemos a manifestação, de uma maneira silenciosa, das angústias, indagações, do desejo de responder às suas inquietações como também o de ser reconhecido pela sociedade. Mesmo que para isso abdique de alguns ou muitos valores éticos, morais, religiosos, recebidos pela família, escola e a própria comunidade religiosa.

     De mudança em mudança, de tempo em tempo, temos uma juventude carregada de responsabilidade diante da vida (estudo, trabalho, lazer, consumo, entre outras). Mas será que há um espaço para o sagrado? Como se configura a sua religiosidade, hoje?

     Há na sociedade uma espécie de selfservice diversificado e atraente, que convida o jovem a experimentar várias religiões, fazendo com que ele consuma apenas o que lhe parece significativo e que atenda às necessidades imediatas. Forma assim uma identidade religiosa sincrética. O ser humano busca sacralizar objetos, lugares e diversos outros elementos, como uma espécie de homenagem e gratidão e, ao mesmo tempo, para que o transcendente seja lembrado e adorado. Procura, através de amuletos, estrelas, duendes, imagens de anjos e santos resolver os problemas pessoais de forma rápida, dando um sentido à sua vida.

     Trazendo em sua história pessoal a identidade religiosa familiar, o jovem, muitas vezes, questiona as regras de instituições como a família, a escola e a igreja. Justamente as instituições em que ele mais confia e que mais respeita. Não satisfeito com sua tradição religiosa, procura outras que atendam às suas necessidades existenciais.

     Essa necessidade de busca pela divindade faz com que criemos imagens desse ser que julgamos superior a todos os outros seres. Não criamos apenas imagens, mas práticas religiosas que acreditamos serem os meios de nos manter diretamente ligados ao transcendente. Temos então, por um lado, uma juventude que acredita ser a religião importante e que com ela se chega mais fácil ao transcendente e, portanto, participam das missas, cultos, eventos de igrejas, grupos de jovens. Encontramos também jovens que acreditam em Deus, porém não seguem nenhuma tradição religiosa.

     Segundo as Diretrizes Nacionais da Pastoral Juvenil Marista - 2006, há outros elementos relevantes sobre a religiosidade juvenil: “As religiões são fontes de sentido e colaboram de forma decisiva na constituição de sua identidade e de sua visão de mundo; as igrejas possibilitam a reunião de jovens em grupos, constituindo lugares de agregação social e de exercício da cidadania. Muitos jovens saídos desses grupos religiosos têm colaborado de forma decisiva para a sociedade, inserindo-se em partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e associações”.

     Contudo não podemos fechar os olhos diante de outra realidade. Há uma pluralidade quanto ao universo religioso juvenil e isto nos desafia a compreender este cenário e descobrir ações pedagógicas e pastorais a fim de contribuir com o jovem na busca de seu ser humano e, sobretudo, o ser divino.
Sugestões de Leitura:

CNBB. Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais. Editora Paulinas.
Novaes , Regina. Juventude, percepções comportamentos: a religião faz a diferença? In: Retratos da Juventude Brasileira. Editora Fundação Perseu Abramo.
LIBÂNIO. J. B. Jovens em tempo de pósmodernidade: considerações socioculturais e pastorais. Edições Loyola.

Questões para Debate

1 - Os jovens, entre nós, têm fé em Deus? Como manifestam isso?
2 - Por que os jovens, em geral, não simpatizam com as formas tradicionais de manifestação da religiosidade?
3 - Qual é o sentido da fé para os jovens?

Sandra Michelluzzi Biazotto,
professora de Ensino Religioso no Colégio Marista São Luís, de Jaraguá do Sul, SC.
Endereço eletrônico: zmbiazotto@yahoo.com.br

Texto publicado no jornal Mundo Jovem, edição nº 405, abril de 2010, página 21.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vocação e Juventude


A Juventude da Diocese de Três Lagoas/MS esteve reunida nos dias 29 e 30 de outubro celebrando o DNJ/2011 com reflexões, orações, oficinas, músicas e muita animação ressaltando o protagonismo da mulher na vida da Igreja e da sociedade.

As Irmãs Gracianas (Ir. Izabel Cristina, Ir. Zeli e Ir. Raquel) orientaram a oficina sobre Vocação e Juventude mostrando a importância da escolha da vocação para uma realização pessoal e comunitária.

Refletindo sobre os fundamentos bíblicos da vocação, tomando textos dos grandes vocacionados tanto do Primeiro como do Segundo Testamento. E os vocacionados dos dias atuais, apresentando um pouco das Congregações existentes na Diocese de Três Lagoas. Em seguida foi apresentado em forma de teatro a vocação de Nossa Senhora como aquela que correspondeu ao chamado de Deus.


“A vocação nasce na família, cresce na comunidade, se fortalece na oração e dá frutos na missão”.














Teias PJ Três Lagoas.

Encontro do Núcleo CRB e Juventude da Diocese de Três Lagoas - MS

Aconteceu no dia 26 de novembro o terceiro encontro anual do Núcleo CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil, da Diocese de Três Lagoas, no Colégio Salesiano Dom Bosco de Três Lagoas-MS. O encontro aconteceu num clima de oração e partilha da vida e missão das congregações ali representadas. Irmão Sílvio da Silva, presidente da CRB do Regional Mato Grosso do Sul fez uma releitura dos desafios enfrentados pela Vida Religiosa Consagrada e deixou-nos um incentivo a permanecermos firmes e fortes lembrando-nos que nascemos para ser luz e a luz brilha em qualquer lugar. E disse ainda: “Em todos os lugares em que passamos, há um Religioso, uma Religiosa lutando por um mundo mais humano, mais justo e irmão. Mesmo diante dos desafios, a Vida Religiosa não parou, ela continua, porque é projeto de Deus”.artilha da vida e missão das congregações ali representadas.

Ao concluir a sua fala referiu-se à presença da VRC junto aos indígenas frente aos sofrimentos destes nossos irmãos. Fez-nos sensibilizar e solidarizar as palavras vindas do meio indígena que nos conclama à missão: “... nascemos para uma missão e se esta missão for misturar nosso sangue na terra mãe pela justiça esta será também uma grande missão”.


Como estava na pauta do encontro foi definido o calendário de atividades e encontros para o Núcleo em 2012. A última parte do encontro foi um espaço aberto aos jovens vindos das diversas paróquias com o intuito de fazer parceria com os religiosos a fim de organizar para receber a Cruz da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone de Nossa Senhora, que percorrerá todas as cidades da Diocese nos dias 08 a 11 de junho de 2012.

Com a mensagem sempre nova da música: no peito eu levo uma cruz, todos os religiosos como também os jovens saíram esperançosos acreditando que a parceria vai contribuir muito para um fazer juntos numa dinâmica que ajude a mobilizar toda a juventude bem como toda a comunidade para o grande evento a ser celebrado.

Ir. Maildes D. Rodrigues e Ir. Raquel Aparecida Fialho