segunda-feira, 15 de abril de 2013

Reflexão para a Semana da Cidadania 2013


Amanhã começa a Semana da Cidadania - de 14 a 21 de abril - somos convidados/as a conversar, refletir, rezar, celebrar nos mais diversos espaços (grupos de jovens, escolas, comunidades, grupos de reflexão, de coordenação, de estudos, etc) todos os anos sobre um tema específico. Este ano, de modo especial a respeito da redução da maioridade penal. 

É um assunto que, por vezes, gera desconforto e sim, é polêmico. Muitos/as na sociedade, aliciados/as pela mídia e em grande parte por falta de acúmulo e debate cai no senso comum de estigmatizar e estimular ainda mais a violência e duras repressões contra o "problema". É comum ouvir alguém dizer quando indagado/a ao assunto: "Tem de matar tudo, tem de prender, bandido bom é bandido morto", dentre outros clichês. São medidas paliativas.

Ao contrário de que alguns, ao seu bel-prazer, querem maquilar, a Igreja jamais se posiciona contra as penas. Se alguém cometeu crimes, deve cumprir, de acordo com a lei, e, dignamente, respeitado/a enquanto sua condição humana. Entretanto, é importante lembrar e procurar "imitar" a pedagogia de Jesus. Qual o caminho para ressocializar? O primeiro passo é ajudar nossos irmãos/ãs a reconhecer as falhas (cf. Jo 8, 11). Sim, não é fácil ser coerente ao que lemos no Evangelho com a prática, mas é necessário e nosso dever. O perdão é dádiva maior dos cristãos/ãs. Jesus nos lembra do ato de perdoar como um ato sublime (cf. Mt 18, 21-22), exercício em que devemos tomar consciência colocá-lo em prática.

Da mesma forma, a partir do aparente custoso gesto do perdão, somos chamados/as a comprometermo-nos com nossos/as irmãos/ãs e com o próprio Cristo (cf. Mt 25, 39), em vez de "matarmos todos" como exacerba o perene discurso da indiferença. Como testemunhas fiéis, temos tantos trabalhos muito menos espetacularizados e/ou pujantes nos espaços e veículos de comunicação. São irmãos e irmãs comprometidos/as e engajados/as na Pastoral Carcerária, nas Comissões de Direitos Humanos e em tantos espaços que se comprometem e atendem nossos irmãos/ãs encarcerados/as, tantas vezes trabalhos bem menos pomposos e tanto mais discretos e feitos com a humildade em servir.

A Semana da Cidadania, proposta pelas Pastorais da Juventude no Brasil querem gerar esse debate e nos alertar a tudo isso, no comprometimento com esses irmãos/ãs, e, sobretudo, na defesa da vida da juventude. Defesa que vem pela mudança das estruturas. Prender, punir, executar não resolve o problema e muito menos é atitude de quem se diz discípulo/a de Jesus Cristo. É preciso coragem e buscar a cada dia melhores condições de educação, de trabalho, emprego, saúde, lazer, cultura, enfim direitos básicos que não são ou minimamente são assegurados aos/as nossos/as jovens. 

Da mesma forma é preciso coerência entre nossas palavras e nossos atos e saber optar pela vida, pela compaixão e coragem, que não tem medo do conflito e com o compromisso de transformação, este, que vem do amor (cf. Jo 15, 12-14), mas não cabe a nós "escolher" a um ou outro e sim ter o amor como prática e gesto concreto de vida, sem distinção, pois somos todos/as filhos e filhas do mesmo Pai.




Abraços ternos!

Autor/Fonte: Uilian Dalpiaz - Secretário da PJ - SC

sexta-feira, 12 de abril de 2013

JUFRA do Brasil e outras entidades planejam Tenda dos Mártires na Jornada Mundial da Juventude





Estiveram reunidos nos dias 04 e 05 de abril na sede da Cáritas Brasileira, em Brasília/DF, representantes da Pastoral da Juventude (PJ), Juventude Franciscana (JUFRA), Cáritas Brasileira, Rede Ecumênica da Juventude (REJU), Cajueiro, Pastoral da PUC/RJ e a Irmandade dos Mártires da Caminhada. 
A reunião teve o objetivo de planejar, articular e sistematizar a proposta da Tenda dos Mártires: Juventudes e Profecias, que acontecerá no período de 23 a 26 de julho na cidade do Rio de Janeiro, na Jornada Mundial da Juventude.
Num primeiro momento foi feito um levantamento das expectativas, desejos e sonhos para essa tenda em parceria com a organização da Presença Franciscana na JMJ, visualizando os espaços onde serão construídas as atividades e reflexões propostas por essas entidades.

O desejo do grupo convergiu para um trabalho coletivo de marcar uma proposta de uma igreja jovem, profética, missionária, orante e martirial, aberta aos grupos e diversidades juvenis. Fazer a memória dos Mártires e da vida das juventudes ajuda a pensar na luta pelos direitos, justiça e paz.

O lançamento da programação da Tenda dos Mártires: Juventudes e Profecias será no dia 30 de abril, onde as entidades irão divulgar as atividades previstas.

Para maiores informações e parcerias: tendadosmartiresjmj@gmail.com

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Pastorais da Juventude lançam cartaz e subsídio para a Semana da Cidadania 2013



Atividade debaterá durante o mês de abril a redução da maioridade penal.

 

A Semana da Cidadania (SdC) ocorre todos os anos, desde 1996 durante os dias 14 a 21 de abril e enfatiza a dimensão sociopolítica como parte do processo de formação integral promovido pelas Pastorais da Juventude do Brasil (PJ, PJE, PJMP e PJR), juntamente com os Centros e Institutos de Juventude, sendo uma de suas três Atividades Permanentes e atividade oficial da Igreja no Brasil.
É uma ação do discipulado missionário de milhares de grupos de jovens e militantes organizados como Igreja nas comunidades, nas escolas, nos meios populares e nas comunidades rurais. É o exercício do anúncio evangélico de vida plena; anúncio engajado na realidade concreta dos sujeitos jovens, comprometido com a reparação das injustiças e com a construção da igualdade social, como sinais do Reino de Deus.
A Semana da Cidadania constitui parte de nosso compromisso apostólico de anunciar e construir vida plena. É um espaço para a convocação de novos grupos de jovens e para despertar para a vida comunitária e é nossa oportunidade, como jovens, de compor a história da construção dos nossos direitos.
Com a proposta de lutar pela vida da juventude e enfatizar a necessidade deste diálogo, é que neste ano de 2013 a Semana da Cidadania abordará a temática Juventude: vidas pela vida”inspirada pelo lema Pastorais da Juventude contra a redução da maioridade penal”.
A defesa da vida da juventude sempre foi pauta dos trabalhos e ações desenvolvidas pelas Pastorais da Juventude, por isso, neste ano em que a Campanha da Fraternidade trabalhou como tema: Fraternidade e Juventude queremos evidenciar ainda mais a defesa da vida, dizendo não à redução da maioridade penal, por entendermos que esta mudança na lei permitirá que mais vidas sejam comprometidas em sua formação integral.
A sociedade, por conta do aumento da participação de adolescentes e jovens em delitos e crimes noticiados diariamente acaba por acreditar que esta proposta responderá a este problema social. Porém, entendemos que somente com a efetivação das políticas públicas, melhorias no acesso à educação, à saúde, ao emprego, ao lazer, etc, permitirão a mudança tão sonhada nos índices de criminalidade que envolve a juventude. Seguindo ao Cristo Jovem, que não temeu os doutores da Lei, também nós, jovens das Pastorais da Juventude, não tememos em dizer que somos contra a redução da maioridade penal.

Materiais
Para fazer download dos materiais da Semana da Cidadania, basta acesso os links abaixo:
·         Subsidio: http://migre.me/dZBGW
·         Cartaz: http://migre.me/dZBJy
·         Banner: http://migre.me/dZBKw
Vamos divulgar e fazer a Semana da Cidadania acontecer em todos os cantos de nosso país!

Atividades Permanentes 2013
Todos os anos as Pastorais da Juventude realizam três Atividades Permanentes, que são parte de sua ação no cuidado com a vida da juventude, ao modo de Jesus de Nazaré, e do processo de formação integral que desenvolvem com os/as sujeitos jovens. A Semana da Cidadania (SdC), a Semana do Estudante (SdE) e o Dia Nacional da Juventude (DNJ)são realizadas como um processo, por isso são organizadas a partir do planejamento das ações das Pastorais no ano e têm os/as jovens como protagonistas. Sendo que a partir de 2011, o DNJ é realizado em parceria com as diversas expressões de juventude da Igreja do Brasil.
 São realizadas em sintonia com a Campanha da Fraternidade, com o Documento 85 da CNBB – Evangelização da Juventude e com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil.
Para o triênio 2012-2014 as Atividades Permanentes terão como eixo norteador a expressão: A defesa da vida na construção da Civilização do Amor. Dialogando também com a Campanha Nacional contra a violência e o extermínio de jovens e com o Projeto de Revitalização da Pastoral Juvenil na América Latina.
Em 2013, ano que a Igreja celebra os 50 anos de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II e o Ano da Fé e ainda no Brasil teremos um ano voltado para a temática juvenil, com a realização da Campanha da Fraternidade sobre juventude e a JMJ no Brasil, sendo assim não nos faltam razões para caminhar juntos.
Dentro da ação pastoral com jovens no Brasil e na América Latina o caminho nos direciona para o lugar bíblico de Betânia, lugar de acolhimento e compromisso com o Reino e é com esta certeza que procuramos nas Atividades Permanentes deste ano várias formas de estar com Jesus, de caminhar com Ele na construção do Reino. Neste caso, encontrar e caminhar com Ele é também encontrar com a comunidade, com o grupo, com a família, com a cultura, com a religião, com as dores do povo, do planeta, com as lutas, as conquistas e os sonhos dos/as jovens.
Autor/Fonte: Pastorais da Juventude do Brasil

segunda-feira, 1 de abril de 2013

ENCONTRAR-NOS COM O RESSUSCITADO



Segundo o relato de João, Maria de Magdala é a primeira que vai ao sepulcro, quando todavia está escuro, e descobre desconsolada que está vazio. Falta-lhe Jesus. O Mestre que a tinha compreendido e curado. O Profeta que tinha seguido fielmente até ao final. A quem seguirá agora? Assim se lamenta ante os discípulos: “Levaram do sepulcro o Senhor e não sabemos onde o puseram”.
Estas palavras de Maria poderiam expressar a experiência que vivem hoje não poucos cristãos: Que fizemos de Jesus ressuscitado? Quem o levou? Onde o pusemos? O Senhor em quem acreditamos, é um Cristo cheio de vida ou um Cristo cuja recordação se vai apagando pouco a pouco nos corações?
É um erro que procuremos “provas” para acreditar com mais firmeza. Não basta chegar ao magistério da Igreja. É inútil indagar nas exposições dos teólogos. Para nos encontrarmos com o Ressuscitado é necessário, antes de tudo, fazer um percurso interior. Se não o encontramos dentro de nós, não o encontraremos em nenhuma parte.
João descreve, um pouco mais tarde, Maria correndo de um lado para outro para procurar alguma informação. E, quando vê Jesus, cega pela dor e as lágrimas, não chega a reconhecê-lo. Pensa que é o encarregado da horta. Jesus só lhe faz uma pergunta: “Mulher, porque choras? a quem procuras?”.
Talvez tenhamos de nos perguntarmos também a nós algo semelhante. Porque a nossa fé é às vezes tão triste? Qual é a causa última dessa falta de alegria entre nós? Que procuramos os cristãos de hoje? Que desejamos? Andamos a procurar Jesus que necessitamos sentir cheio de vida nas nossas comunidades?
Segundo o relato, Jesus está a falar com Maria, mas ela não sabe que é Jesus. É então quando Jesus chama-a pelo seu nome, com a mesma ternura que colocava na Sua voz quando caminhavam pela Galileia:“Maria!”. Ela volta-se rápida: “Rabi, Mestre”.
Maria encontra-se com o Ressuscitado quando se sente chamada pessoalmente por Ele. É assim. Jesus mostra-se cheio de vida, quando nos sentimos chamados pelo nosso próprio nome, e escutamos o convite que nos faz a cada um. É então quando a nossa fé cresce.
Não reavivaremos a nossa fé em Cristo ressuscitado alimentando-a apenas de fora. Não nos encontraremos com Ele, se não procuramos o contato vivo com a Sua pessoa. Provavelmente, é o amor a Jesus conhecido pelos evangelhos e procurando pessoalmente no fundo do nosso coração, o que melhor pode conduzir-nos ao encontro com o Ressuscitado.
José Antonio Pagola