sexta-feira, 27 de julho de 2012

SEMANA DOS ESTUDANTES 2012




É com imensa alegria que as Pastorais da Juventude - Pastoral da Juventude Estudantil (PJE), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Pastoral da Juventude (PJ) e Pastoral da Juventude do Meio Popular apresentam o subsídio e cartaz da Semana do Estudante 2012.

A partir do Tema: "Semana do Estudante - 10 anos sonhando e construindo a civilização do amor", do lema " No caminho da história, a opção por uma educação libertadora" e iluminados pela passagem dos Discípulos de Emaús em Lucas 24, 13-35 sonhamos que cada jovem retome o debate sobre a educação brasileira, relebrando valores essenciais para nós que acreditamos em uma educação que aceite a pluralidade e as nossas experiências, que tenha um caráter libertador e que leve e consideração o/a estudante como protagonista de sua história.

Questionar-se, debater esta realidade do ensino brasileiro, visando sempre a transformação socieal, é também propagar a Boa Nova utilizando a pedagogia que Jesus Cristo utilizou e que nós percebemos como cerne da nossa missão evangelizadora enquanto discípulos/as e missionários/as d'Ele. Desejamos a cada um/a, uma ótima Semana do/a Estudant, repleta de debates, ações e frutos! Que esta décima edição seja um marco para um debate tão importante que é a educação e que de fato, seja uma maneira de reafirmar a importancia de uma educação integral e libertadora.

Faça download no link:

subsidio


cartaz


Sarah Oliveira - pela Secretaria Nacional da Pastoral da Juventude Estudantil

Obs>: o link não é da SdE eu baixei e colokei no 4shared pq o site é muito demorado

sábado, 7 de julho de 2012

Após o Veta Dilma, nova campanha mobiliza a sociedade civil contra o texto final do Código Florestal


Organizada pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, o novo mote da campanha é #OjogoNãoAcabou, e por meio de um site será possível conhecer o autor das piores emendas que integram as 689, propostas para modificar o texto final da legislação

A reportagem é do jornal A Crítica, 04-07-2012.

Faltando uma semana para a comissão mista que analisa a Medida Provisória (MP 571/12), votar o texto final que altera o novo Código Florestal, a campanha “Floresta Faz a Diferença” inicia uma nova mobilização.

Integrado por 200 organizações da sociedade civil, o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, pretende informar por meio do site www.florestafazadiferença.org.br, quais foram os parlamentares que apresentaram as piores emendas, das 689 propostas para integrarem o texto final do código, e que se encontram sobre análise da comissão mista, formada por deputados federais e senadores.

Pelo site, os internautas serão estimulados a enviar emails para os integrantes da comissão mista, lembrando a eles que podem receber “cartão vermelho”. O mote desta nova fase da campanha é “O Jogo Não Acabou, Vamos Apitar Esta Partida”.

Para o analista de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Kenzo Jucá Ferreira, o teor das emendas apresentadas à MP é altamente preocupante, prova de que o Governo Federal errou ao não vetar integralmente o projeto aprovado no Congresso e não regulamentar o Código Florestal que estava em vigor.

Rio+20

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro no último mês de junho, a campanha “O Jogo Não Acabou” marcou presença nas ruas do centro da “Cidade Maravilhosa”. Na Marcha à ré, no dia 18, manifestantes usaram apitos, cartões amarelos e vermelhos, bolas e camisetas.

Ao final da caminhada, a campanha encontrou, na Cúpula dos Povos, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator do código na Câmara dos Deputados. Foi a primeira oportunidade em que um cartão vermelho foi mostrado a um parlamentar ruralista.

Na Marcha em Defesa dos Bens Comuns e Contra a Mercantilização da Vida, no dia 20, integrantes do Comitê uniformizados com o material da campanha apitaram e mostraram cartão vermelho e amarelo em todo o trajeto pela Avenida Rio Branco.

No dia 16, o Ato em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável reuniu, na Cúpula dos Povos, políticos, ativistas e atores na mesa de debate sobre o Código Florestal. O público ergueu cartazes com o mote da campanha.



Justiça jogada ao chão - por Dom Aldo Pagotto‏


“Ai dos que fazem do direito amargura e jogam a justiça ao chão” (palavras do profeta Amós 5,7). A CNBB lançou uma nota sobre os fatos políticos e administrativos que contrariam a ética pública e o bem comum, provocando a indignação e perplexidade na sociedade brasileira. Solidária ao sentimento que inquieta a população, a CNBB manifesta sua preocupação por causa de suspeitas de violação aos princípios da moralidade e da legalidade, consubstanciados na Constituição Federal. A credibilidade das instituições está em xeque. Elas têm o dever constitucional de combater a corrupção e de estancar a impunidade que, entanto, alimenta a prática da corrupção.

Em 1993 a CNBB denunciou a criminalidade dos que em proveito pessoal desviam enormes somas dos órgãos públicos, destinados aos humildes. Isso provoca escândalo e revolta. Crimes mais graves devem ser punidos. Não se tolere a impunidade nem a lei severa apenas com pequenos infratores, nunca atingindo poderosos espertos. Comprovada a corrupção e os prejuízos exija-se ressarcimento aos cofres públicos. A impunidade incentiva novos crimes e violências (Cf. CNBB, Ética, Pessoa e Sociedade, n. 143, 1993).

O senso de justiça é incompatível com as afrontas ao bem comum. Quem escapa da justiça e da penalidade prevista contribui para a sensação de que a justiça não é a mesma para todos. Os cidadãos têm direito à correta gestão de assuntos e serviços públicos. Há governantes de conduta corrupta tratando o patrimônio e negócios públicos como se fossem pessoais, com uso e usufruto particular e partidário. A sociedade brasileira espera e exige a investigação das suspeitas de corrupção com consequente punição dos culpados e o ressarcimento dos danos. Assistimos aos fatos do passado e do presente sem solução, caídos no esquecimento. Eis a razão do descrédito e desencanto da sociedade para com as instituições públicas, sobretudo as incumbidas de apurar as estruturas corrompidas.

A força dos três poderes da República reside na sua harmonia e no respeito a sua autonomia recíproca. Os que diretamente respondem pelo seu funcionamento nunca se esqueçam de que o poder que exercem provém da sociedade. Da mesma forma, o agente político se recorde de que é seu dever ultrapassar as fronteiras político-partidárias, as condicionantes de oposição-situação, para se colocar a serviço do Estado e da sociedade, sem confundir jamais o público com o privado, o que constituiria grave ofensa à legislação e desrespeito à sociedade. ]
Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno (Cf. Mt. 5,37).
Dom Aldo Pagotto
Arcebispo Metropolitano da Paraíba

Bispos se posicionam sobre grandes projetos da Amazônia



Um dos problemas enfrentados hoje pelas populações da Amazônia são os grandes projetos, que além de causarem grande impacto ao meio ambiente, geram lucros para alguns e provocam inúmeros impactos sociais negativos nas cidades onde estão instalados. Esse foi o assunto principal da primeira coletiva oficial concedida à imprensa na tarde desta terça-feira, 03 de julho, no Seminário São Pio X, como parte do 10º encontro dos bispos da Amazônia, que está sendo realizado em Santarém-PA.
A informação é do Boletim da CNBB, 04-07-2012.

A entrevista foi concedida por dom Jesus Maria Berdonces, bispo da prelazia de Cametá e presidente do Regional Norte 2; dom Mosé João Pontelo, bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul e presidente do regional Noroeste; dom Roque Paloschi, bispo da Diocese de Roraima e presidente do Regional Norte 1 e Monsenhor Raimundo Possidônio, coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Belém e historiador.

Dom Jesus Maria Berdonces afirmou que a Amazônia é tida até hoje como uma colônia, aonde as pessoas vêm, pegam a matéria prima, enriquecem e vão embora. “Esse é um modelo capitalista pautado pelo governo para a Amazônia, que não leva em conta o povo que aqui mora. Para eles, o povo é apenas um detalhe, que atrapalha o desenvolvimento, ressalta”.

Ele destacou que existe outro modelo defendido pela Igreja, cujo foco são os povos que estão na Amazônia. “A igreja defende o incentivo à agricultura familiar, defende que os lucros das riquezas (minerais e vegetais) sejam deixados na Amazônia, e que os povos sejam ouvidos”.

Já dom Roque Paloschi destacou que a questão é saber quem está usufruindo dos lucros desses grandes projetos, que além de terem as bênçãos do governo, são financiados com o dinheiro público. Ele ressalta que as populações não têm garantias, e suas terras quase sempre são “abocanhadas” pelo agronegócio e por grupos econômicos que aqui chegam.

Dom Roque defende o respeito à biodiversidade, a participação de homens e mulheres amazônidas, que possuem a sabedoria milenar e tradicional de cuidar do meio ambiente sem agredi-lo. Ele espera que o encontro de Santarémprovoque uma verdadeira reflexão. “Nós esperamos contribuir para que uma reflexão aconteça para que nossas comunidades se tornem sujeitos dessa região e não apenas vista como um entrave no processo do desenvolvimento sonhado pelo agronegócio  e pelo governo”, enfatiza.

Dom Mosé João Pontelo afirma que os problemas estão aí, e isso requer responsabilidade dos pastores, que são lideres dessa igreja. E o encontro de Santarém vai apontar qual será o caminho a ser seguido nos próximos cinco anos.

Dom Jesus Maria acredita que os bispos têm a obrigação de tentar iluminar a caminhada com a Palavra de Deus, mas também assumir o desafio e o povo da Amazônia. “É necessário não fugirmos da cruz de nosso Senhor, que é a cruz dos pobres e dos povos desta região”, finalizou.

O 10º encontro dos bispos terá um documento conclusivo e uma carta encaminhada aos governantes dos Estados da Amazônia, outra ao Povo de Deus e uma ao Papa Bento XVI.



5 coisas que Dom Quixote da Mancha pode ensinar aos cristãos



Dom Quixote é uma história que me impressionou muito em muitos aspectos, especialmente pela forma descontraída e leve de lidar com problemas da sociedade da época. Em Dom Quixote, Cervantes conta a história de um fidalgo que, após anos lendo história de cavalaria, resolve sair pelo mundo como cavaleiro andante. Para tanto chama um escudeiro, Sancho Pança e elege uma musa inspiradora, Dorotéia do Toboso. Após ler suas aventuras, resolvi escolher cinco em que dom Quixote poderia nos ajudar, enquanto cristãos, no apostolado:
1.Determinação
Em sua curta carreira de cavaleiro andante, Dom Quixote esperava encontrar uma aventura a cada dia. Não obstante viver num mundo fantasioso onde moinhos de vento tornavam-se gigantes cruéis e um rebanho de ovelhas um exército em batalha, Dom Quixote levava sua determinação às últimas consequências. Ele não ligava se todos o tomavam por louco ou se sempre saia machucado das confusões que se metia. Nenhuma frase é tão certa para o Quixote quanto o antigo adágio romano que diz: ”Os livros possuem uma vida própria”. Ávido leitor das novelas de cavalaria, Dom Quixote trouxe os livros para a sua vida. Já pensou se nós cristãos resolvêssemos, ainda que nos chamassem de loucos ou saíssemos machucados, trazer o Evangelho para o mundo com tanta determinação?
2.Construção de ideais
Amadis de Gaula, Amadis de Grécia, os Doze Pares de França, etc. Todos esses eram modelos para o nosso Cavaleiro atrapalhado. Dom Quixote via nas histórias que lera e sobretudo no passado o ensinamento necessário para que as coisas de sua época pudessem ser melhores. Em outras palavras, ele percebia que o contexto em que vivia carecia de homens honrados, disciplinados, obedientes, caridosos e religiosos como os cavaleiros andantes que existiram (?). Dessa forma, assumiu o firme compromisso de trazer essa época de ouro de volta da forma mais simples e eficaz que se pode ter: fazendo a sua parte. Se dom Quixote não tivesse construído grandes ideias talvez permanecesse como um fidalgo acomodado lendo livros de cavalaria até os seus últimos dias. Mas seus ideais não só existiram como uma ideia abstrata; eles tornaram-se tão grandes que fizeram com que um homem de cinquenta e poucos anos saísse de sua casa à procura de aventuras que pudessem inserir seu nome entre os famosos cavaleiros andantes. Fazer ideias tornarem-se concretas é o discipulado exemplar do Verbo que se fez Carne.
3.O poder da amizade
Não podemos deixar de falar no intenso laço de amizade que formou-se entre Dom Quixote e Sancho Pança. Por mais que a condição e as regras da cavalaria distanciassem Cavaleiro e escudeiro, Sancho provou que o amor acaba permeando a regra sem destruí-la (como o ar que está em todos os lugares). Quando poucos acreditariam num plebeu transportador de cargas como Sancho Pança, Dom Quixote fez com que seu fiel escudeiro fosse digno da ilustre tarefa de ser escudeiro de um cavaleiro andante. E de modo inverso, quando todos riam-se das loucuras de Dom Quixote, Sancho via inteligência e potencial. Um acreditava no outro porque um laço forte como o da amizade os unia. Mais que a ilha que dom Quixote prometera  por seus serviços, Sancho queria retribuir de alguma forma a confiança que seu senhor depositara nele. Assim, um cuidava do outro diante das confusões que a dupla se metia, pois “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13)
4.Solidariedade
Ontem, numa aula de direito do trabalho, o professor falava sobre responsabilidade solidária das empresas. Nessa responsabilidade, segundo ele, “todas as pessoas jurídicas do grupo empresarial dividem igual responsabilidade, para o bem ou para o mal”. Para ilustrar o que disse, perguntou à turma o que significava a palavra “solidariedade”. Alguns responderam “ajudar o próximo”, outros “partilhar”, outros ainda “dividir”. O professor sintetizou as respostas em “estar junto”. Em meio a tantos conceitos, para ilustrar os aprendizados de Dom Quixote, inseriria também o conceito de compaixão. Dom Quixote estava junto e compadecia-se da situação das pessoas que encontrava pelo caminho. Ele queria ajudar principalmente os fracos, oprimidos e as donzelas, mas nem por isso perdia o interesse pelas histórias de vida que lhe contavam.
5.Protagonismo
Ontem mesmo li uma excelente frase do padre Antônio Vieira que ilustra bem a mentalidade de Dom Quixote: “O Senhor nunca se serve dos menos bons, senão por descompromisso dos melhores”. Assim, dom Quixote não espera que os bons se manifestem. Em sua simplicidade ele faz de tudo para que o seu grande ideal de trazer a cavalaria andante aos seus dias de glória seja efetiva. Na história, Deus mesmo escolheu muitas pessoas humanamente incapazes para exercer um papel importante na história: carpinteiros, analfabetos, prostitutas, etc. Esses, ignorando toda a maré contrária que se levantava, mostraram que a força e a capacidade só estavam adormecidas dentro de cada um. Despertar o protagonista que existe dentro de cada um parece que ser uma tarefa inerente à história de Dom Quixote. Nessa história não há espaço para lamentações. Cabe a cada um assumir seu papel e ”nunca ficar implorando por aquilo que você tem o poder de obter.”

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ensine seu filho que a humanidade só pode ser feliz se todos forem felizes, alerta Frei Betto


Diante de um auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro completamente lotado, o Frei Betto avisou: é fundamental que a família e a escola apresentem às crianças referências de admiração que não sejam aquelas mesmas apresentadas pela TV.

A observação fez parte da palestra organizada pelo Instituto Alana sobre infância, ética e valores, que o escritor, frade dominicano e pilar da luta contra a ditadura no Brasil comandou na tarde dessa quarta-feira (21).

O evento fez parte da programação da Cúpula dos Povos e destacou os pilares que sustentam o consumismo infantil, além das consequências dessa forma de controle sobre as crianças.

Betto iniciou apontando qual o caminho para tornar uma criança consumista. Segundo ele, o primeiro passo é destruir o caráter sonhador, substituindo pela erotização precoce. “Se vocês prestarem atenção, as crianças de quatro, cinco anos, já prestam atenção demasiada no próprio corpo e já apresentam um grande salto para o consumismo: começam a se pintar, exigir produtos, marcas e grifes. Assim, o que deveria acontecer na cabeça aos sete, começa aos três. Está biologicamente infantil, mas psicologicamente adulta.”

Com isso, explicou, há a transferência do universo onírico para a televisão, que passa a sonhar pelo pequeno telespectador. Isso faz com que a infância seja excessivamente solitária, já que na TV prevalece o processo do monólogo, não há interação.

Frei Betto também ressaltou que a obsesidade infantil e a banalização da agressão e da violência são outros resultados da pressão dos meios de comunicação sobre as crianças..

O processo – Domesticada a se tornar consumista precocemente, Frei Betto explicou que a criança passa a ter medo de entrar no mundo real e se sente muito vulnerável porque não esgotou o universo onírico. “Essa é a candidata ideal às drogas”, defendeu.

Nesse processo, ressalta, o valor é atribuído aos objetivos e dão vazão a uma frustração muito difícil de ser sanada, quando não é possível ter acesso a um produto. Aí começam os conflitos entre o desejado e o não alcançado. “Na minha geração não tínhamos tanto dependentes porque éramos viciados em utopia”, comentou, ao abordar a importância de manter os sonhos vivos na mente das crianças.

A publicidade, por sua vez, joga do outro lado, minando a autoestima. “Ficamos o tempo todo ouvindo que somos uns merdas porque não fizemos a viagem, porque não temos o carro, porque não compramos a bebida”, explica.

Ele define esse mecanismo como hipnose coletiva. “No início, a TV emitia cultura e logo percebeu que isso não atraia tanto público. Daí, descobriu que o negócio é o entretenimento, que não toca a consciência, como a cultura, mas os sentidos.”

O que fazer

Como em outros debates nas tendas da cúpula, no Aterro do Flamengo, Frei Betto destacou que não há outra saída a não ser lutar pela mudança de paradigma da sociedade, nocivo à felicidade humana. Um processo que envolve muitas dificuldades.

“É uma dura batalha árdua, eles querem formar consumistas, nós queremos formar cidadãos. Chegamos ao ponto em que, ao invés de levar a um parque, aos finais de semana os pais levam ao shopping. Para a pós-modernidade, fundada no Mercado, os únicos valores são pecuniários”.

O Estado, por sua vez, deve promover a regulamentação da publicidade infantil, como forma de combater a exploração do consumismo sobre um público ainda em formação. Medida que países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Alemanha já adotaram e que é fundamental ao desenvolvimento sustentável por definir uma nova forma de produção e consumo

Globalização da solidariedade

Para Betto, a saída à essa forma de opressão é a organização e o debate coletivo. “O que faz uma pessoa se sentir bem é o sentido, que imprime em seu caminho, o seu valor. E quem incute esses valores são a família, a religião, a escola e o Estado. Acontece que a pressão da mídia, o primeiro poder, influi nesses quatro. Por isso, precisamos estar enturmados para ter pensamento crítico. Isolado a gente vira presa fácil da proposta do Estado”, definiu, apontando a importância de organizações como sindicatos.

Sobre a escola, Frei Betto acredita ainda a publicidade deveria ser discutida nas salas de aula. E, para os pais, ele alerta sobre a necessidade de fortalecerem princípios que estabeleçam metas ancoradas em grandes sonhos.

“É preciso resistir para não trocar os sonhos por desejos palpáveis. É preciso não ficar indiferente aos milhões que não tiveram a mesma sorte biológica que nós e compõem a imensa maioria de pobres. E é preciso incutir no seu filho que a humanidade só pode ser feliz se todos forem felizes. Temos que curtir a globalização da solidariedade.”


Uma caminhada com a bandeira da Pastoral da Juventude‏


Descrição: http://www.pjsul1.org/site/fotosnoticias/image/pe%20carmine.jpg
A história da minha caminhada com a Pastoral da Juventude do Brasil iniciou 26 anos atrás, quando em agosto de 1986 comecei  a minha vida missionária na diocese de Mogi das Cruzes.
No último Domingo de outubro de 1986, fui com os adolescentes e jovens na concentração diocesana. Estava sendo realizado oficialmente pela CNBB em todo o Brasil, pela primeira vez, o Dia Nacional da Juventude. Gestos, canções, bandeiras, faixas , tudo e todos pulsando intensamente para celebrar esse momento, próprio da juventude.
Lembro as paradas, as palavras, as danças, as músicas: Latino América, Negra Mariana, Pai nosso dos Mártires.
A coordenação Diocesana da PAJU (somente em 1990 adotou-se a sigla PJ e o logotipo da Cruz) era formada por uma equipe que acreditava  no protagonismo jovem.
Na Paróquia os grupos começaram a refletir sobre as 5 Dimensões da formação integral, usando subsídios editados pela equipe diocesana.
No Estado de São Paulo a Igreja estava acreditando na força imensamente fértil da juventude, tendo o apoio de Pe. Jorge Boran que encontrava-se em Brasília como Assessor Nacional da PJ. O apoio para a PJ veio também, dos salesianos que indicaram em 1990 Pe. Tetuo para Assessorar a PJ no Estado e tivemos o apoio de Dom Irineu Danelon como Bispo Responsável da PJ no Regional Sul I.    
Nas Assembléias Estaduais realizadas todos os anos em janeiro e nos Encontros de Formação programados em nível estadual para os jovens Coordenadores de Grupos, iniciantes ou militantes e para os Padres Coordenadores diocesanos e na Romarias, pairava o espírito vibrante e sonhador que levava os jovens a viver momentos de verdadeira partilha,  comunhão e  festa.
Em 1994, o meu currículo de Assessor Diocesano foi apresentado na Assembléia Estadual da PJ, realizada em Aparecida e o meu nome foi colocado na lista tríplice, juntamente a outros dois candidatos. 
 Foi assim que a Presidência da CNBB do Regional  Sul I me escolheu para substituir Pe. Tetuo por um mandato de 4 anos que no fim acabou sendo de 8 anos. Nesse mesmo ano os Redentoristas de Aparecida me pediram  de consultar a Coordenação estadual da PJ para ver se estava disponível para assumir o Dia da Juventude no Santuário de Aparecida que era costume celebrá-lo no mês de Julho.
Com o apoio da maioria dos representantes dos SUBs a proposta foi aprovada.
Preparamos a 1ª Romaria da Pastoral da Juventude que até o ano de 2001 foi sempre realizada em Aparecida.
Na Assembléia de 2001 realizada em Campos de Jordão a maioria aprovou a proposta de programar as Romarias também nos Subs.
Em 1997 a Assembléia Estadual realizada em Brodowski foi mais animada, pois a PJ do Regional Sul 1 estava celebrando os 25 anos de caminhada.
Mais 15 anos se passaram, sempre vivendo no pique da mais pura emoção ao me encontrar e trabalhar com a juventude ou acompanhando os jovens aos Encontros Mundiais da Juventude.
Depois de Dom Irineu tivemos conosco como Bispos Responsáveis, Dom Eugênio Rixen , hoje Bispo de Goiás e Dom Gorgônio, Bispo de Itapetininga. E a todo pulmão vem hoje acompanhando a PJ Dom Antônio Altieri, Bispo de Caraguatatuba.
Juntamente com a caminhada da PJ merece ser lembrada a história de luta e de sonhos das outras  PJs que havia no Estado de São Paulo: a PJMP e a PJE.
Me parecia necessário caminhar unidos pela causa do protagonismo jovem dentro da Igreja e na sociedade. Precisava dar conta aos Bispos não apenas da caminhada da PJ,  mas das PJs.
Acima de tudo os jovens precisavam ser companheiros no combate e na ternura.
Ainda não se falava dos jovens dos Movimentos, porém, a CNBB estava pensando neles com um novo projeto de evangelização da Juventude em nível nacional e diocesano.
Criou-se o Setor Juventude com o qual a Igreja pretende romper os limites dos espaços fechados, superar os muros escuros das diferenças e ajudar os jovens a caminhar juntos pela causa do Reino.
Graças a Deus, para a PJ não se repetiu o fenômeno acontecido nos anos 80 quando a Ação Católica foi extinta.  As  PJs  continuam vivas , fazendo história e sendo força viva e mola mestre na  Igreja e na sociedade.  
Olhando para o protagonismo dos jovens e querendo formar uma equipe de jovens assessores que coordenassem a caminhada da juventude no Estado, desencadeou-se em 2000 um processo para formar uma Assessoria leiga. É essa que hoje continua a manter viva nos Grupos de jovens  da PJ do Regional Sul 1  a  esperança da justiça e da verdadeira liberdade na construção do Reino.
Porém sempre foi necessário o acompanhamento de um Padre Assessor, e os que vieram depois de mim, Pe. Onivaldo,  Pe. Diogo e o atual Pe Wilson não mediram esforços  para propor novos avanços na ação evangelizadora.
Hoje que a PJ do Regional Sul 1 está celebrando os 40 anos de caminhada, de vida e de festa, levantando a vista, possa ver  nova luz clarear os horizontes e todos os jovens, padres e bispos que ao longo desses  anos caminharam com a história da PJ no coração, repitam comigo: companheiro, meu amigo, nós juntos seremos fortes. E cada um dos presentes a esse ERPJ dirigindo-se para o outro, diga: companheiro, meu amigo, nós juntos seremos fortes.
Amém. Axé, Alelúia.

Padre Carmine, direto para o 3º ERPJ, com participação ao vivo via Skype

A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes - Por Luciano Maia‏


Jesus nunca prometeu vida fácil a ninguém. Nunca disse que as pessoas que o seguissem teriam vida boa, sucesso, saúde, grana e mulherada. Jesus não prometeu tesouros para este tempo ou para este mundo. Ao contrário, disse que Ele não tinha sequer lugar para recostar a cabeça e que aqueles que o seguissem deveriam também estar dispostos a abrirem mão de luxos temporários em favor do amor às pessoas.
Jesus não prometeu carro novo.
Não prometeu casamento fabuloso nem os melhores empregos.
Se algum religioso anda prometendo estas coisas, ou não entendeu o discurso de Cristo, ou não está falando em nome dele.
A juventude é uma fase cheia de descobertas e a vida nos reserva grandes alegrias, mas ela não é “uma banda numa [eterna] propaganda de refrigerantes”, como ironizou Humberto Gessinger.
Jesus foi um homem de aflições. Um filho ilegítimo de José. Filho de mãe solteira, Maria, que somente não foi humilhada publicamente como sendo uma adúltera vadia porque um anjo apareceu num sonho para José, seu noivo, e o convenceu a assumir a criança que não era dele. Desde muito cedo Jesus sempre soube que José não era seu pai legítimo, nem por isso deixou de obedecê-lo e trabalhar na oficina do padrasto.
Mesmo depois de adulto, por vocação compulsória, teve que abrir mão de uma vida “normal”: Namorada, profissão, noiva, casamento, filhos… Abrir mão de coisas que todos sonham em nome de um ministério itinerante. Andou por toda a Judéia e Galiléia, como um andarilho que vivia de favores por onde passava: dormia na casa de estranhos e em lugares estranhos. Comia o que ganhava. Não possuía bens, ao contrário de muitos de nós, seus seguidores da atualidade. Ele não buscava “um cavalo do ano” ou “uma bata de griffe”. Gastava o seu tempo não para si, mas para outros.
Morreu de uma forma humilhante! Cuspido, nu e sozinho! Penso que tão doída quanto a dor das chicotadas foi a dor da rejeição, a dor do abandono daqueles amigos que caminharam com Ele, que prometeram estar sempre com Ele e que espontaneamente juraram fidelidade, mas que, na hora da aflição, preferiram salvar a própria pele e deixar o amigo largado à própria sorte. Dor na alma!
Jesus foi um homem de aflições e afirmou: “No mundo vocês terão aflições, mas animem-se, pois eu venci o mundo”.

Jesus não prometeu vida fácil, mas prometeu aflições. Aliás, não foi uma promessa, no sentido profético, mas um alerta, com que dizendo: “Não se enganem. Não pensem que esta vida não reserva aflições para todos os que estão vivos”. Sim, as aflições são parte da vida. Por vezes todos passamos por algum tipo de aflição, desde a enfermidade de um filho, ou desemprego à morte de um parente.

“Mas tenham bom ânimo!”. A forma que Jesus encontrou para nos animar ante as aflições que passaremos não foi prometendo uma vida sem aflições, muito menos prometendo bênçãos materiais ou dizendo que as aflições seriam bem rapidinhas. Jesus nos animou dizendo “eu venci o mundo”. O que isto significa? Significa que o local onde as aflições acontecem, o mundo, é um locus transitório. Segundo Jesus: “O mundo jaz no maligno” e “o diabo é o príncipe deste mundo”… Assim sendo, aflição por aqui, rola abundantemente!
O mundo não é um fim em si mesmo. As coisas e a vida não se extinguem por aqui ou então as aflições seriam insuportáveis e a existência absolutamente sem qualquer sentido. Mas, ao sabermos que este mundo foi vencido (quando vencido foi o seu príncipe), temos fé na existência de e em outro lugar, onde não é a habitação da aflição, nem do choro ou da tristeza. Jesus venceu o mundo onde jaz a aflição. Ele não venceu a aflição. A existência daqueles que crêem e servem a Jesus de Nazaré não se encerra neste mundo, mas é uma existência eterna, perpétua, perene, que mística e metafisicamente extrapola os limites do tempo e do espaço, deixando o este mundo das aflições para trás e rompendo noutra existência, na qual a aflição não tem essência, posto a aflição ter residência neste mundo de aparência.
Neste sentido, a morte deixa de ser uma crise ou pânico, mas algo bom. Revoltar-se contra Deus porque alguém completou o seu ciclo de vida passa a ser uma demonstração de falta de amor àquela pessoa, pois se a quero perpetuamente neste mundo de aflições, não a quero em lugar de alegrias. Se não a quero no lugar das alegrias eternas é porque estou sendo egoísta e a quero para mim, mesmo que isto signifique uma vivência de aflições para ela. Assim, de fato, eu não amo aquela pessoa, mas eu amo a mim mesmo, tanto me amo que não quero sofrer a ausência.
Para o apóstolo Paulo “morrer era lucro e viver era Cristo”.
Felicidade somente noutra vida? Sim, felicidade integral não mora neste mundo, posto a aflição ter feito dele sua casa. Enquanto a viagem para o além não tiver seu horário confirmado, a gente vai tentando fazer desta estação um lugar um pouco melhor, buscando formas para minimizar as aflições de alguns, por meio do amor e ensinando muitos a terem expectativas adequadas com relação a esta existência, sabendo que a paz e a felicidade idílicas são coisas de outro mundo e que, paradoxalmente, a morte nos conduz à verdadeira vida.


JUVENTUDES DAS CÁRITAS - "Toda gente cabe lá, Palestina, Shangri-lá, Cúpula dos Povos"‏





Descrição: JUVENTUDES – “Toda gente cabe lá, Palestina, Shangri-lá, Cúpula dos Povos”
Nesse território de festa e de luta, coubemos todos e todas: indígenas, negros/as, quilombolas, mulheres, juventudes.. E fazendo o movimento de ciranda, sempre de mãos dadas, retomamos a caminhada tendo como destino uma outra sociedade que aqui continou a ser proposta e refletida, a partir dos Movimentos Sociais na Cúpula dos Povos na Rio + 20.
A Cáritas Brasileira tem como principal eixo condutor do seu trabalho o Desenvolvimento Solidário Sustentável e Territorial (DSST), por isso a Cúpula dos Povos também foi um espaço primordial para aprofundarmos e problematizarmos nossa visão de Desenvolvimento a partir do que era discutido no conjunto dos espaços da Cúpula que contou com a participação de organizações militantes sociais do mundo inteiro.
E representantes do Coletivo de Juventude da Cáritas Brasileira também juntaram-se nessa Ciranda, segundo León Patrick, da Cáritas Regional Minas Gerais e membro do GT de Juventudes da Cáritas: “Acho que a gente já esperava ver uma quantidade muito grande de jovens na Cúpula dos Povos, isso porque temos presenciado várias manifestações em todo o mundo onde as juventudes tem pautado a garantia dos direitos humanos, a efetivação das políticas públicas e outras pautas urgentes e necessárias.”. O fato também tem provocado um certo desconforto em alguns setores que sempre viram a juventude como objeto de pesquisa, de destinação projetos e recursos e que hesitam em reconhecê-la como sujeito de direito e protagonista de suas ações.  “Os jovens não são objetos,e  eles próprios tem se colocado na condição de sujeitos de direitos e  tem lutado por isso”, completa Leon.
A experiência vivida na Cúpula dos Povos durante esses vários dias nos anima e fortalece na militância, especialmente porque, tivemos a oportunidade de nos somar a tantos outros movimentos sociais juvenis e levantar juntos e juntas bandeiras comuns. É assim também que pensa Ediane Soares, da Cáritas Regional Santa Catarina e também do GT de Juventudes da Cáritas Brasileira: ” Vivemos um momento histórico na Cúpula dos povos, e partir dela somos agora convidados/as a continuar fomentando e experimentando modelos de sociedades mais justas, solidárias e sustentáveis, que utilizem da cultura de paz e de tantos outros meios de luta como instrumentos vitais de resistência, na busca pela justiça ambiental e social”. A Cúpula foi esse espaço de perceber como os diferentes movimentos de jovens tem se organizado para incidir sobre questões tão urgentes.
“As juventude pautaram nas principais rodas de debates a bandeira dos direitos da Juventude e o protagonismo dessa mesma juventude no desenvolvimento sustentavel.”, comenta Alessandra Miranda, Assessora de Direitos Humanos da Cáritas Brasileira. A aifrmação baseia-se a significativa importância que os grupos juvenis tiveram no processo de contrução e efetivação da Cúpulados povos, aprofundando a discussão sobre modelo econômico. Há de se considerar, que, principalmente para a juventude o processo não é inclusivo, mas excludente, e para o sistema capitalista é necessário excluir esses sujeitos para fazer essa sociedade mais opressora
A juventude, organizada e munida de esperança e ousadia, está junto nesta luta, sendo protagonista na denúncia contra as injustiças e exploração provocadas pelo capital, bem como na construção e no anúncio de uma nova sociedade, onde o direito do bem viver é de todos e todas.A juventude da Cáritas participou da Cúpula com um sentimento de partilha de sonhos e com atitudes de semeadores/as que saem a semear o mundo real . Entre os sonhos, o desejo de contribuir para que as juventudes que agem e/ou é atingidas por diversas ações da Cáritas possam compor esse coletivo de lutas e movimentos com identidade e rosto e missão de Cáritas e que, organizada, possa assumir o papel de protagonista de sua história.
por Monyse Ravenna, pelo GT de juventude da Cáritas Brasileira


CNBB aponta retrocesso da Rio+20 em relação à conferência anterior‏


A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, chega ao fim com um retrocesso quando se comparam seus resultados com os avanços obtidos na conferência anterior, a Eco 92. A análise foi feita pelo Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), após dois dias de debates.
Os bispos católicos questionaram principalmente o que classificaram de "desvio" dos dirigentes mundiais no trato da educação como instrumento capaz de resultar em relações novas e éticas com o meio ambiente. O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, disse que a economia verde defendida pelas autoridades  governamentais foge do debate central de desenvolvimento de uma política ambiental que promova o crescimento sustentável.
“A Rio+20 indica uma resposta a essas questões com a chamada economia verde. Se esta, em alguma medida, significa a privatização e a mercantilização dos bens naturais, como a água, os solos, o ar, as energias e a biodiversidade, então ela é eticamente inaceitável”, diz o documento final do conselho.
Dom Leonardo Steiner, que coordenou os trabalhos sobre o tema durante a reunião dos bispos e arcebispos, destacou que a própria medida provisória (MP) do Código Florestal, em análise no Congresso, mostra o “descuido” dos governantes quando o tema em questão é o meio ambiente.
Segundo ele, a MP apresenta pontos de retrocesso na legislação ambiental. Ele citou, por exemplo, o tratamento dado pelo governo à preservação de matas ciliares nas margens de rios, riachos e córregos. “Isso não tem avançado”.
Para o secretário-geral da CNBB, a crise financeira nos Estados Unidos e países europeus pesará na construção de uma agenda mundial de preservação ambiental e desenvolvimento com sustentabilidade.
O bispo defendeu a retirada do documento final da Rio+20 do ponto que tratava do direito reprodutivo da mulher. Para ele, além das questões ambientais, os dirigentes introduziram no texto assuntos que não guardavam relação com o tema em debate. O veto ao direito reprodutivo foi feito pelos representantes do Vaticano na reunião de cúpula.

Jovens caminham com cruz peregrina e ícone de Maria em Campo Grande‏


Caminhada de pouco mais de 4 km reuniu 3 mil pessoas, segundo Ciptran.
Atividade integra o 'Bote Fé', em preparação para a Jornada da Juventude.



Descrição: Caminhada de jovens com cruz peregrina e ícone de Nossa Senhora em Campo Grande MS (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Jovens em caminhada na rua 15 de Novembro, centro de Campo Grande (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)

Os jovens católicos de Campo Grande celebraram a chegada da cruz peregrina e do ícone de Nossa Senhora com uma caminhada de pouco mais de 4 km na tarde deste sábado (23). Conforme estimativa da Companhia Independente de Polícia de Trânsito (Ciptran), cerca de 3 mil pessoas caminharam do cruzamento da rua 15 de Novembro com a avenida Calógeras, centro da cidade, até a Praça do Papa, no bairro Santo Amaro.

A caminhada integra a programação do Bote Fé na capital sul-mato-grossense, evento realizado em preparação para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, que será no Rio de Janeiro.
Durante o trajeto, acompanhado por policiais militares e agentes de trânsito, euforia por parte dos participantes, que caminhavam cantando e com diversas faixas. Em determinados trechos, foram meditadas as estações da via-sacra ligadas à vida da juventude.
O coordenador da Pastoral da Juventude de Campo Grande, Carlos Alberto Nogueira, 22 anos, pontuou que o Bote Fé representa um grande momento para a juventude da cidade e destadou a importância da caminhada, que enfocou a Paz no Trânsito. “Essa caminhada foi feita para envolver toda a juventude, que muitas vezes é vítima de violência no trânsito. Com isso, queremos dizer sim à vida”, ressaltou.

Descrição: Jovens carregando cruz peregrina em Campo Grande MS (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Grupos de jovens se revezaram para carregar cruz
peregrina (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)


Enquanto a caminhada seguia rumo à Praça do Papa, os símbolos da JMJ foram carregados por vários jovens. A estudante Aline Helena da Silva, 16 anos, foi uma das que ajudou a levar a Cruz Peregrina. “É emocionante, eu estava esperando isso com o meu grupo desde o ano passado”, relatou.
O peso do Ícone de Nossa Senhora não foi suficiente para abalar a caminhada do estudante Marcos Eduardo Fabris, 16 anos. “Para mim, carregar o ícone simboliza a fé. Vale a pena porque eu estou dando um presente para Deus”, afirmou.
A coordenadora de liturgia da arquidiocese de Campo Grande, Jairce Medeiros Ramos, explicou o sentido dos símbolos da JMJ. “A cruz representa para os cristãos a salvação de todos, é a cruz da ressurreição, símbolo de libertação. O ícone, pela pessoa de Maria, traz exemplo de como ser Igreja fiel ao projeto de Deus, de como ser discípulo. Isso serve para nos animar na caminhada cotidiana.”
Participante de um grupo de jovens da Renovação Carismática, o estudante Pedro Henrique Carvalho de Moraes, 20 anos, lembrou a importância do Bote Fé para os jovens. “Representa um grande passo na nossa caminhada da Igreja, mostra a força dos jovens da Igreja. Afinal, os jovens são o futuro.”
O estudante Milton Barboza Neto, 18 anos, participa do evento campo-grandense com o pensamento no Rio de Janeiro. “É muito bom ficar inteirado do que vai acontecer na Jornada Mundial da Juventude do ano que vem. É bom pra galera entrar no clima.”

Descrição: Jovens durante concentração antes de caminhada com cruz peregrina e ícone de Maria em Campo Grande MS (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Concentração na igreja Santo Antônio antes da
caminhada (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)


O que o clero pensa
Padre Márcio dos Reis é coordenador de pastoral da arquidiocese de Campo Grande e destacou o novo olhar que a Igreja tem sobre a juventude. “O Bote Fé vem revelar que existem diversos jovens que querem mostrar a cara e exercer o protagonismo. É por causa deles que existe muita coisa”, disse o padre.

Reis também ressaltou a importância de refletir sobre o trânsito. “A cruz de Jesus é para mostrar que ele veio defender a vida, então queremos mostrar que respeitamos e defendemos a vida. Colocamos a paz no trânsito como tema da caminhada para chamar a atenção da sociedade, pois cada vez mais jovens são vítimas do trânsito.”
O bispo de Campo Grande e referência para o Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Eduardo Pinheiro, também relatou sobre a importância dos jovens. “A Igreja sempre viu a juventude como grande potencial para o presente e futuro, ela acredita na força dos jovens para a transformação da sociedade. O Bote Fé é uma prova disso.”