terça-feira, 8 de maio de 2012

A PASTORAL DA JUVENTUDE (PJ) VOLTOU!



Estamos repassando essa carta escrita pela coordenação da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Campo Grande e pela equipe de Assessores da PJ sobre os últimos acontecimentos referentes à Semana da Juventude Cristã e da organização do Bote Fé em Campo Grande. Deixamos claro que não saímos da organização porque acreditamos que essa não é a maneira correta de mudar as coisas, porém a voz da Juventude não pode ser abafada por aqueles que não querem mudanças na sociedade em que vivemos. Essa carta foi apresentada ao Arcebispo Dom Dimas que autorizou sua divulgação em nosso ambiente eclesial, como maneira de despertar nossas lideranças para uma mudança de postura em relação ao trato com os políticos, em vista das próximas eleições. É preciso educar nossas comunidades. lideranças leigas e sacerdotes para não criar uma relação de “troca” de favores, que compromete o papel profético e educador da Igreja na dimensão política.
Espero que essa atitude dos jovens da PJ inspire outras pastorais e movimentos nessa luta por uma sociedade mais justa, honesta, ética e solidária.
Na paz inquieta do Nazareno
Guido Nogueira Junior
Assessor Arquidiocesano da Pastoral da Juventude
Campo Grande – MS
06 – 05 – 2012
Nota sobre a Semana da Juventude Cristã
Quem permanecer em mim, e eu
nele, produz muito fruto (João 15, 1-8)
Caríssimos irmãos e irmãs, jovens, assessores, agentes de pastoral, religiosos/as, diáconos, presbíteros e bispos da Arquidiocese de Campo Grande.
Animados/as pela passagem da Cruz dos Jovens e Ícone de Nossa Senhora, em preparação para a Jornada Mundial da Juventude 2013, diversas atividades que envolvem a juventude vêm acontecendo em Campo Grande. Dentre essas várias atividades, a Pastoral da Juventude, juntamente com a Fazenda da Esperança, assumiu a organização da Semana da Juventude Cristã, que acontecerá entre os dias 08 a 10 de maio. Entretanto discordamos de algumas ações que vem acontecendo na organização e desenvolvimento da mesma.
Sendo assim, vimos por meio desta, declarar que, apesar dos apoios divulgados nos cartazes desse evento, não estamos apoiando a campanha eleitoral de nenhum candidato à Câmara Municipal de Campo Grande. Acreditamos que, conforme algumas formas de divulgação são realizadas, mesmo que bem intencionadas, podem caracterizar uma espécie de propaganda eleitoral antecipada. Da mesma forma, afirmamos que não é papel da Igreja indicar, de forma direta ou indireta, candidatos/as e partidos políticos; a escolha deve ser ato livre e consciente de cada cidadão/ã. Também discordamos da forma com que esses apoios influenciaram indiretamente na programação e na escolha dos/as convidados/as a palestrar nesse evento, levando em conta os seus interesses políticos partidários e não o interesse da juventude e da Comissão Organizadora do evento.
Também declaramos que não comungamos com muitas das posições políticas referentes às juventudes que estão sendo declaradas recentemente pelos que apoiam a divulgação desse evento. Acreditamos que não é saudável, para o amadurecimento político e social, a forma generalizada com que os/as jovens são tratados nos debates que vêm sendo abordados na Câmara Municipal.
Também reafirmamos que somos contra a redução da maioridade penal. Acreditamos que essa proposta não é solução para os problemas de violência e impunidade com que a nossa sociedade convive. Fere gravemente o Estatuto da Criança e do Adolescente e coloca o/a jovem como principal culpado da violência. Para nós os/as jovens são muito mais vítimas da violência do que causadores da mesma. Com isso reafirmamos o nosso compromisso com a Igreja, que se declara contra a redução da maioridade penal, por meio da declaração da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em sua 47ª Assembleia Geral, e com a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, organizada pelas Pastorais da Juventude do Brasil.
É importante ressaltar que fazemos estas declarações publicamente, pois, em reunião realizada no dia 23 de março deste ano na Coordenação de Pastoral, manifestamos a nossa insatisfação e, ainda assim, poucas atitudes foram tomadas pela mudança dessa conjuntura. Apesar de tudo, mantivemos a nossa participação na Comissão Organizadora deste evento em respeito às demais expressões de juventude que estão trabalhando arduamente em preparação à Jornada Mundial da Juventude.
Para ajudar os cidadãos a melhor refletir o momento político, indicamos o estudo da cartilha da CNBB “Eleições Municipais 2012: cidadania para a democracia”. Com essas reflexões vemos que é preciso participar do debate e da vida política do município, conforme disse o Papa Paulo VI: “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão a serviço dos outros” (Octogesima Adveniens, 46). Só assim, seremos “fermento que leveda toda a massa” (Gl 5, 9).
Concluímos convocando a participação de todos/as os/as cidadãos para um debate político saudável e que eduque a população para o bem comum, e também nos colocamos a disposição para demais esclarecimentos.
Campo Grande – MS, 04 de maio de 2012.
Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Juventude e Equipe Arquidiocesana de Assessores da Pastoral da Juventude

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