segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Pastoral da Juventude retomando sua identidade – Por Hilário Dick S.J.‏


A Pastoral da Juventude retomando sua identidade – Por Hilário Dick S.J.


Todos precisamos, de tempos em tempos, retomar nossa identidade. Não somos feitos para ser água parada. Somos um eterno processo. Sempre com novidades. Mesmo coisas antigas, bonitas, cheias de sentido, quando deixam de ter novidade não é bom sinal. Temos fome do amor primeiro que é eterno.
Também a Pastoral da Juventude, como organização e como proposta, sempre anseia por novidades. Não se trata de ser “novidadeiro”. O “novidadeiro” não tem raiz, na maioria das vezes. Uma proposta sempre precisa ser curtida. Quem curte, aprofunda. E a proposta se torna um mistério inesgotável.
Um dos males dos pejoteiros é o agarramento a uma sigla; não a uma proposta. Diz-se que somos alguma coisa, mas não sabemos o que seja esta “alguma coisa”. Perdemo-nos nas coisas secundárias e a desgraceira está feita. Pior que tudo: caímos em incoerências absurdas e nem temos consciência disso.
No fundo é o mesmo que sucede com aqueles católicos que dizem, da boca pra fora, que são “católicos” e, de fato, são umas incoerências ambulantes. O pior é que procuram encontrar justificativas que não convencem nem a eles mesmos. Oxalá fossem dúvidas radicais, de fato… As dúvidas radicais fazem crescer; as desculpas podres só fazem mal.
Na Pastoral da Juventude estamos vivendo um tempo de volta para a identidade. Uns até dizem que se trata de uma “conversão” ao amor primeiro. Até que pode ser. Não se trata só de “voltar”, mas de “redescobrir”. O filho pródigo, quando voltou para casa, redescobrir a si mesmo e redescobriu o pai que tinha.
O documento 85 da CNBB, além de ser um documento muito bom, também é um apelo para a volta, para nossa identidade como anunciadores da Boa Nova para a juventude. É que a Boa Nova a gente não inventa, não imagina. Ela está escrita, ela é de Deus, é da Igreja e o esforço da PJ, como PJ deve ser querer sempre mais Igreja, sacramento do Reino. O documento 85, para um pejoteiro, deve ser um livro de cabeceira que a gente lê, discute, reza e vive. Neste sentido, se quisermos, estamos vivendo um tempo de graça. Não somos somente nós que precisamos disso, é a juventude que espera que deixemos de acarinhar somente nossos umbigos e partamos para a missão. Ser jovem, afinal, é viver a bela época do êxodo, isto é, da saída de nós mesmos, aprendendo a aventura de ser missionário.
P. Hilário Dick S.J.

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